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Futuro ministro do Mapa pode estar entre Geller, Fávaro e até Kátia Abreu; Simone é ‘azarona’

31 out 2022, 14:20 - atualizado em 31 out 2022, 14:23
Frísia Milho Grãos
Pasta da Agricultura será importante vetor a opor Lula às forças contrárias à sua eleição (Imagem: Pixabay/chapkitt )

Os nomes que podem estar na lista de opções para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do futuro governo Lula são os das senadoras Simone Tebet (MDB) e Kátia Abreu (Progressistas), do senador Carlos Fávaro (PSD) e do ex-deputado Federal Neri Geller (Progressistas).

O último é o menos comentado até aqui, mas reúne condições mais reais que os demais. Tebet pode surpreender, mas não estaria muito no páreo do Mapa, embora tenha aparecido nas várias apostas que estão sendo feitas.

Um ministro técnico, sem carreira política, à lá Roberto Rodrigues no primeiro mandato do próprio Lula, não está totalmente descartado, mas carece de dois cenários agora: (1), o futuro presidente brasileiro vai precisar ter o máximo de força num Congresso majoritariamente de centro e centro-direita, bolsonarista na sua maioria; (2), não há um nome referência nacional como Rodrigues.

Ele próprio poderia ser convidado a formar o ministério, porém a idade, 80 anos, pesa contra, não pela capacidade e, sim, pelo peso da rotina.

Todas essas observações foram tiradas de avaliações pessoais e dentro do quadro de necessidades do terceiro governo do petista, e não teriam sido discutidas diretamente com ele por membros do comitê de campanha, mas vindo de Carlos Ernesto Augustin vale à pena prestar atenção.

Irmão de Arno Augustin, homem forte do segundo mandato de Lula e primeiro de Dilma Rousseff, na Receita Federal, Carlos Ernesto participou ativamente desta campanha, tentando quebrar as resistências que o então adversário do presidente Jair Bolsonaro reunia junto ao agronegócio.

Ele, inclusive, sofreu retaliações, com sua empresa no Mato Grosso, a Petrovina Sementes, sendo alvo de ataques e ameaças de boicote, nas redes sociais, como afirmou pouco antes do primeiro turno ao Money Times.

Por que Geller?

Proprietário rural, conhecido, ex-ministro do Mapa de Dilma, entre 2014 e 2015, foi cassado deputado em agosto por abuso de poder econômico, e não pôde concorrer ao Senado como desejava.

“É técnico, entende muito, mas também é um político experiente”, adiciona Augustin, lembrando que ele conversa com todos os partidos. Tanto que já liderou manifestações contrárias ao governo do petista, em 2004, no Mato Grosso.

Os demais são considerados nomes pertinentes pelas mesmas condições, com exceção da senadora Simone Tebet.

Terceira colocada nas presidenciais do primeiro turno, e declarante de primeira hora em apoio ao presidente eleito ontem, mesmo tendo bom trânsito no Parlamento não tem conhecimento especializado no agronegócio. É professora e advogada de formação.

Sua ligação com o setor é por ser nascida e criada no Mato Grosso do Sul, um dos principais estados da agropecuária brasileira.

Kátia Abreu não consegui se eleger a mais oito anos de Senado, tampouco apoio o PT em seu estado, o Tocantins, mas “a Dilma [Rousseff) gosta muito dela”. Kátia serviu a ex-presidente também na pasta da Agricultura e é considerada experiente na burocracia da Brasília.

Perdeu capital político junto ao agronegócio por ter trabalhado com Dilma e ter apoiado Lula agora, mas é considerada também com boa capacidade de articulação.

Por fim, o empresário que correu o Centro-Oeste fazendo campanha para o candidato da frente ampla das esquerdas, lembra que o senador Carlos Fávaro é um bom nome.

Também esteve na linha de frente no MT por Lula, com trânsito direto nos comitês do candidato, é visto como conhecedor em logística do agronegócio e produtor de soja, explica Augustin.

Contra ela, o fato de ser político “jovem” – só há oito anos, entre ter sido vice-governador do MT e hoje senador com mais quatro anos pela frente – e, mais ou menos como Kátia Abreu, pode enfrentar muita resistência do agronegócio por seu apoio muito menos discreto como o foi o da senadora em fim de mandato.

Uma coisa é certa, comenta o interlocutor, Lula não vai colocar um “radical de esquerda” no Mapa.

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