Commodities

Futuro do minério na África avança lentamente, diz Rio Tinto

20 jul 2020, 7:54 - atualizado em 20 jul 2020, 7:54
Rio Tinto Empresas
A Rio Tinto detém 45% dos blocos 3 e 4 de Simandou – que contêm cerca de 2,8 bilhões de toneladas de minério (Imagem: Facebook/Rio Tinto)

A Rio Tinto avança com o desenvolvimento do gigantesco depósito de minério de ferro de Simandou, na Guiné, o que pode causar mudanças no fluxo de oferta global do material siderúrgico.

O início da produção no pequeno país da África Ocidental adicionaria uma nova fonte de minério de alta qualidade e desafiaria algumas exportações de menor gradação da Austrália e do Brasil, atualmente os maiores fornecedores.

“Há mais atividade na Guiné”, disse o diretor-presidente da Rio Tinto, Jean-Sebastien Jacques, em entrevista. “A Covid-19 continua sendo uma preocupação, e o movimento é bastante lento, mas estamos progredindo em nossos estudos enquanto conversamos com nosso parceiro chinês.”

O novo esforço marca uma virada para a londrina Rio Tinto, após um acordo para vender sua participação em Simandou para a parceira chinesa Aluminium Corp., conhecida como Chinalco, não ter sido concluído.

A Guiné é agora considerada uma opção de crescimento, juntamente com o desenvolvimento de minas na região de Pilbara, na Austrália.

“Estamos analisando o projeto por seus próprios méritos. Temos um caminho de desenvolvimento para Pilbara, estamos analisando uma opção em Simandou – ainda está na fase inicial”, disse Jacques em entrevista na sexta-feira.

A Rio Tinto detém 45% dos blocos 3 e 4 de Simandou – que contêm cerca de 2,8 bilhões de toneladas de minério -, e a China Baowu Steel Group lidera um consórcio para adquirir a participação de 40% da Chinalco, segundo reportado pelo jornal Caixin no mês passado.

A Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais da China pressiona empresas para avançarem com o projeto, disseram pessoas a par dos planos em março.

Mineração
A Guiné é agora considerada uma opção de crescimento, juntamente com o desenvolvimento de minas na região de Pilbara, na Austrália (Imagem: REUTERS/Lunae Parracho

Um outro projeto cobrindo a outra metade de Simandou – blocos 1 e 2 – pode iniciar as operações dentro de cinco anos, produzindo cerca de 60 milhões de toneladas por ano em um estágio inicial e depois expandindo para mais de 100 milhões de toneladas por ano, de acordo com a Societe Miniere de Boke, parte de um consórcio com a Winning Shipping, de Cingapura, e o governo da Guiné.

A perspectiva de um projeto rival na Guiné e uma possível medida da BHP para aumentar volumes de exportação na Austrália podem estar influenciando o foco da Rio Tinto, disse Tyler Broda, analista da RBC Capital Markets, em relatório na semana passada.

“Veríamos isso como uma mudança na direção da administração da Rio e potencialmente interessante”, disse Broda. “A Rio pode estar dando os primeiros passos para proteger sua participação no mercado de minério de ferro.”

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