Fusões e aquisições devem continuar fortes em 2025, diz Portofino
O mercado de fusões e aquisições no Brasil deve continuar em expansão em 2025, em meio a uma Selic elevada e redução das taxas de juros nos Estados Unidos, segundo Luiz Guimarães, sócio da Portofino Multi Family Office, especialista da área de M&A.
“Grandes corporações globais veem o país como uma alternativa de crescimento acelerado, com um mercado mais pulverizado e menos competitivo em alguns setores”, disse ao Money Times. Ele observou também brasileiras líderes setoriais estão fortalecidas para continuar com suas estratégias de expansão via fusões e aquisições (M&A).
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No segundo trimestre de 2024, houve um aumento de 17% nas transações em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme pesquisa da KPMG. As transações neste ano e a expectativas por aquisições passam também por companhias listadas em Bolsa, como é o caso de Hypera e EMS ou Gol e Azul, por exemplo.
“As empresas buscam alternativas de crescimento para justificar o investimento dos acionistas, e a fusão ou aquisição aparece como uma dessas alternativas, especialmente para empresas de setores como indústria e serviços financeiros”, afirma o sócio da Portofino.
A hora das estrangeiras?
Guimarães vê uma transformação no perfil das transações, com empresas estrangeiras mostrando maior interesse em se inserir no mercado brasileiro. “O crescimento fora dos mercados emergentes é limitado, o que faz com que empresas estrangeiras busquem o Brasil para expandir suas operações. Temos visto companhias que nunca consideraram esse tipo de movimentação agora entrando no país”, relata.
Entre os setores mais promissores, o executivo aponta o mercado de tecnologia, especialmente impulsionado pela adoção crescente de inteligência artificial.
“Apesar da estagnação dos últimos dois anos, estamos vendo uma retomada importante nesse setor. Empresas estão adquirindo novas tecnologias para ampliar seus portfólios, e o mercado de serviços de TI está aquecido, com empresas estrangeiras comprando brasileiras para atender clientes internacionais a partir de bases no Brasil”, diz.
Além de tecnologia, Guimarães destaca a indústria e o setor financeiro como áreas de interesse. “Após a pandemia, houve uma diversificação das cadeias produtivas globais, e o Brasil surge como uma boa alternativa para se tornar um player relevante. No setor financeiro, vemos um movimento de descentralização de crédito, com a entrada de novos players que estão atraindo muito capital”, explica.
A Portofino, que concentra cerca de 80% de suas operações no sell-side, espera dobrar o número de transações assessoradas em 2025, com a conclusão de cinco a seis operações, movimentando mais de R$ 1,5 bilhão.
“Nosso foco é atuar em todo o ciclo de M&A, desde a identificação de compradores potenciais até a preparação dos materiais de venda e a negociação dos contratos. Recentemente, concluímos a venda da Real Estruturas para a Priner, em uma transação de sinergia que visa aumentar a escala operacional”, disse.