Fusão Hapvida-NotreDame criará gigante nacional em saúde; ambas saem ganhando
Após as ações da Notre Dame Intermédica (GNDI3) e da Hapvida (HAPV3) terem decolado 26% e 17%, respectivamente, no pregão desta sexta-feira (8), agentes de mercado se debruçam em avaliar o que resultaria a união de duas gigantes do setor de saúde, com atuações regionais no Brasil.
Além do “casamento geográfico” óbvio, o Inter Research considera que as sinergias provenientes do excelente histórico de aquisições de ambas as companhias renderá uma valorização potencial de 33% para as ações da NotreDame, e de 26% para a Hapvida até o final do ano.
“Em nossa visão a combinação de negócios, se aprovada, criaria um player robusto capaz de ser eficiente em todo território nacional”, pondera o analista Breno Francis de Paula.
Se consumada a combinação de negócios proposta, a companhia resultante permanecerá com suas ações negociadas no Novo Mercado da B3, sendo que os atuais acionistas de Hapvida e da NotreDame Intermédica passarão a deter, respectivamente, 53,1% e 46,9% das ações.
“Se considerarmos o valor conjunto da operação, chegamos ao valor de mercado próximo da Rede D’Or (RDOR3), recentemente listada na Bolsa , atualmente próximo a R$ 121 bilhões“, compara o analista.
O Inter Research recomenda compra de ambas as ações, com preço-alvo de R$ 96 para NotreDame, e de R$ 18 para Hapvida.
Quanto à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), espera-se não haver empecilhos na aceitação, mas talvez surja alguma restrição no estado de Minas Gerais, onde as companhias possuem participação significativa.
Com um quinto dos brasileiros
No crivo da Ágora Investimentos, o destaque da eventual fusão se dá na fatia de mercado: a empresa combinada teria 20% em termos de beneficiários do Brasil, e ainda 10% em termos de receitas.
“Se o negócio entre a Hapvida e a NotreDame Intermédica for confirmado, seria um grande movimento para o segmento de saúde, levando a nova companhia ao pódio de maior empresa de saúde em termos de beneficiários no Brasil”, consideram os analista Fred Mendes e Flávia Meireles, que assinam o relatório da casa de análises.
Segundo a dupla, a empresa potencialmente incorporada teria uma carteira complementar de beneficiários, com a Hapvida tendo mais de 60% dos beneficiários no Norte e Nordeste do Brasil, enquanto a NotreDame tem praticamente toda a sua base no Sul e Sudeste do país.
Quanto à possibilidade de obter a aprovação do CADE, a Ágora enxerga uma baixa probabilidade de amplas restrições serem impostas à fusão anunciada.