Fibria

Fusão faz ação da Fibria cair e Suzano disparar

16 mar 2018, 11:38 - atualizado em 16 mar 2018, 11:39
Os acionistas da Fibria irão receber R$ 52,50 por ação vendida para a Suzano, corrigido pelo CDI, mais 0,46 ação da Suzano

O anúncio da fusão entre a Fibria (FIBR3) e a Suzano (SUZB3) levou o mercado a um movimento de ajuste nos preços que resultou na derrocada de aproximadamente 10% dos papéis da primeira e disparada superior a 15% da segunda. A operação foi anunciada ontem pelo BNDES e detalhada nesta manhã pelas empresas

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Os acionistas da Fibria irão receber R$ 52,50 por ação vendida para a Suzano, corrigido pelo CDI até a concretização do negócio, além de 0,46 ação da Suzano. Este percentual equivale hoje a R$ 10,76. A parte em dinheiro será também reajustada em razão de dividendos, juros sobre o capital próprio e outros proventos declarados, a partir de hoje, exceto pelos dividendos mínimos obrigatórios já divulgados.

Caso a negociação não se concretize por restrições impostas por autoridades concorrenciais no Brasil e no exterior, a Suzano poderá não consumar a operação mediante o pagamento de uma multa de R$ 750 milhões. O Conselho de Administração da Fibria tem até 15 dias para aderir à operação.

A Suzano informou que obteve compromissos firmes junto “a certas instituições financeiras internacionais” para contratação de financiamentos, totalizando US$ 9,2 bilhões, cujo desembolso está condicionado, dentre outras condições, à consumação da operação.

Análise

O Credit Suisse calcula que as novas ações da empresa resultante da fusão terão um potencial adicional de valorização, com base nas informações disponíveis até agora, de 7%. O banco leva em consideração sinergias de R$ 12 bilhões, o preço-alvo de R$ 60 para os papéis da Fibria, R$ 22 para Suzano, o que elevaria o valor de mercado a R$ 69,7 bilhões. Isto é aproximadamente 7% maior do que o valor de mercado da combinação das duas com base nos preços atuais, de R$ 65,5 bilhões.

Maior do mundo

Segundo o BNDES, a operação consolida as duas maiores empresas de celulose do País, e transforma a companhia resultante na líder mundial em celulose de mercado. A composição da forma de pagamento ao BNDES concilia o recebimento de parte significativa em dinheiro, cerca de R$ 8,5 bilhões, e o recebimento de ações da companhia resultante, com a perspectiva de valorização a partir dos ganhos sinérgicos e de produtividade advindos da transação.

“A operação garantiu o fortalecimento do mercado de capitais, conforme a missão do BNDES, e manteve uma empresa aberta no mercado brasileiro. Também foram negociadas melhorias de governança, que incluem a aprovação de uma política de indicação de conselheiros independentes. A companhia resultante deverá, por contrato, manter, no mínimo, o mesmo padrão de responsabilidade socioambiental em que as duas empresas já eram referência”, informa o banco.

Histórico

O fim das negociações encerra ciclo exitoso de participação da BNDESPAR na Fibria, que teve início em 2009, com aporte de capital para a criação da empresa resultante da combinação entre Votorantim Celulose e Papel e Aracruz Celulose.

Desde então, a Fibria obteve resultados em diversas dimensões, desde o fortalecimento das práticas de governança — notadamente a migração para o Novo Mercado —, o robustecimento da sua estrutura de capital e a obtenção do grau de investimento.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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