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Fusão entre SulAmérica (SULA11) e Rede D’Or (RDOR3) está ameaçada por ANS? Veja o que dizem analistas

15 dez 2022, 13:30 - atualizado em 15 dez 2022, 13:35
SulAmérica
A fusão entre SulAmérica e Rede D’Or beneficiam as ações das empresas no longo prazo (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

Rede D’Or (RDOR3) e a SulAmérica (SULA11) estão a um passo de consolidar a tão desejada fusão. Após ter ganhado na quarta-feira (14) a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a operação ainda depende do aval da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Quando a fusão foi anunciada, rumores de que a ANS impediria o negócio permearam o mercado. Isso porque a Rede D’Or possui participação na Qualicorp (QUAL3).

Segundo analistas, essa fatia em uma terceira empresa vai na contramão da resolução da ANS. A agência reguladora não autoriza operadoras e administradoras de saúde de fazer parte do mesmo grupo econômico.

Ainda assim, a Terra Investimentos não espera que a ANS impeça a fusão. Porém, o time de análise destaca que existe a possibilidade de a ANS forçar a Rede D’Or a vender sua participação na Qualicorp.

“Ainda assim, é apenas uma possibilidade. O próprio CADE se eximiu dessa deliberação por entender que era algo que a ANS deveria decidir”, lembra a Terra Investimentos.

Vale destacar que a conselheira do CADE, Lenisa Prado, focou justamente neste ponto e votou a favor da fusão, desde que Qualicorp seja excluída do grupo resultante.

Longo prazo positivo

Régis Chinchila e Luis Novaes, da Terra, dizem que o desfecho favorável para a Rede D’Or e SulAmérica já era amplamente esperado pelo mercado. Eles lembram que diversos casos parecidos foram aprovados pelo CADE.

Segundo os analistas, isso fez com que os investidores se antecipassem e precificassem a operação durante todo o período de disputa.

“Alguns investidores se tornaram receosos apenas nos últimos dias, após o CADE pedir algumas explicações para as duas empresas. A reação no mercado foi negativa”.

Na perspectiva de Chinchila e Novaes, no longo prazo, as ações devem se beneficiar da concretização do negócio, mas não devem disparar.

Contudo, pode sim haver um movimento de alta, “com os investidores que se desfizeram dos papéis nos últimos dias, voltando a comprar”, explicou o time.

SulAmérica e Rede D’Or: O que os rivais temem?

Fontes que estão acompanhando o caso de perto dizem que este é o segundo maior número de terceiros interessados em uma operação na história do CADE. São os seguintes hospitais: Einstein, Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa, HCor, Oswaldo Cruz, Mater Dei e AC Camargo. Além de duas administradoras de benefícios, Supervix e Benevix.

Segundo as fontes que não podem ser identificadas por serem parte interessada, Bradesco Saúde e Real Hospital Português do Recife também se opuseram à operação.

Eles dizem que a preocupação gira em torno dos efeitos da integração vertical entre uma operadora de plano de saúde (OPS) e uma rede de hospitais.

“SulAmérica terá incentivos para retirar demanda de outros hospitais, ainda que sejam mais eficientes ou cobrem menos, em favor da Rede D’Or. Por sua vez, a Rede D’Or terá incentivo para negar credenciamento a rivais da SulAmérica ou discriminar outras OPSs no atendimento”, disse.

Outro ponto destacado é o acesso de informações de concorrentes. “A Rede D’Or saberá as condições ofertadas à SulAmérica por hospitais concorrentes e vice-versa. Também terão acesso a informações sobre custos e formas de contratação”, alegam.