Fusão entre Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3): BofA e Safra avaliam se a proposta é boa para as empresas; veja
Após o fechamento do mercado de ontem (1º), a Enauta Participações (ENAT3) soltou um comunicado ao mercado informando que enviou uma proposta de fusão para a 3R Petroleum (RRRP3). Por sua vez, 3R suspendeu temporariamente as negociações com a PetroReconcavo (RECV3), para dar prioridade à oferta.
Segundo o documento da proposta, a Enauta estima que a produção potencial das empresas combinadas supere 100 mil barris de óleo equivalente, com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos e reservas operadas superiores a 700 milhões de barris em portfólio altamente complementar e diversificado.
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Além disso, a proposta envolve ainda emissão de novas ações da 3R e troca por papéis da Enauta. A nova empresa teria 53% do capital social composto por acionistas atuais da 3R e 47% por investidores da Enauta, representando prêmio aos acionistas da 3R de 12% ao valor de mercado.
Para o Banco Safra, a proposta de fusão, seja ela qual for, é vista como positiva para o 3R, principalmente porque fortalece a posição no negócio com ambos os potenciais parceiros. Além disso, implica um prêmio ao seu atual valor de mercado e tem o potencial de desbloquear sinergias.
Os analistas elencaram quatro principais fatores como benefícios da fusão com a Enauta, que seriam: aumento operacional; maior quantidade de óleo combustível disponível para venda, com potencial para melhores condições de comercialização; posicionalmente mais forte no mercado de capitais; formação de sociedade anônima com base acionária diversificada e conselho independente.
No entanto, o banco vê também que a coesão dos negócios não é tão simples como seria com o acordo com a PetroRecôncavo.
Os analistas Leandro Marcondes e Caio Ribeiro, que assinam o relatório do Bank of America (BofA) sobre o assunto, também destacam que a dificuldade viria justamente por ambas as empresas estarem em momentos diferentes.
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“A Enauta vem conquistando a confiança do mercado com a entrada em operação do sistema de desenvolvimento completo (FDS) no campo de Atlanta, e as recentes aquisições de Uruguá-Tambaú e de participação no Parque das Conchas. Isto explica o desempenho impressionante da ação de +155% no ano passado”, explicam, no documento.
Já do lado da 3R, o ceticismo do mercado quanto à confiabilidade das reservas continua, bem como à capacidade da empresa de aumentar a produção dos ativos em meio a um ambiente inflacionado de investimentos e de alta alavancagem.
Desempenho das ações com a proposta
A proposta, apesar de ser vista com bons olhos pelo mercado, impacta as ações da Enauta. Por volta das 14h40, as ações despencavam 7,57% a R$ 26,72.
A queda, segundo a Larissa Quaresma, da Empiricus Research, pode ter sido em decorrência do prêmio que a Enauta propôs nas ações da 3R. No Giro do Mercado de hoje, a analista falou mais sobre a proposta e o que esperar das ações.
Já os papéis da 3R subiam 1,81%, ao preço de R$ 33,63, no mesmo horário.
Com isso, o BofA reitera a recomendação de “compra” para ambas as ações, destacando a operação do FDS no campo de Atlanta, prevista para meados de 2024 para a Enauta e o potencial da 3R em aumentar a produção de petróleo e gás de ativos maduros adquiridos nos últimos anos.