Fusão entre Azul e Latam será estopim de novas negociações no setor
A pandemia da Covid pode provocar uma onda de fusões e aquisições no setor aéreo na América Latina, apontou o presidente da International Air Transport Association (IATA) para as Américas, Peter Cerdá.
Segundo ele, os movimentos de consolidação na região devem crescer no cenário pós-COVID e as discussões em curso entre Azul (AZUL4) e Latam são um exemplo disso.
Para Cerdá, faltou um auxílio maior por parte dos governos na região, diferente de outros lugares, como nos Estados Unidos e na Europa. Com isso, as empresas estão endividadas, o que facilita possíveis negociações.
Na visão do BTG Pactual, outras negociações, além das em andamento entre Latam e Azul, devem acontecer em breve, acelerando a onda de consolidação no Brasil.
“No caso da Latam e Azul, acreditamos que o cenário Covid, juntamente com o processo da Latam, criou uma oportunidade para ambas as empresas discutirem alternativas de consolidação, embora seja muito cedo para tirar quaisquer conclusões”, argumenta.
O BTG tem recomendação neutra para a Latam e de compra para a Azul.
Por que a Latam venderia a sua unidade brasileira para a Azul?
De acordo com o Bradesco BBI, uma fusão completa parece muito complexa e exigiria um acordo muito abrangente entre os acionistas controladores.
Por outro lado, na visão do analista Victor Mizusaki, uma solução simples seria a venda da Latam Brasil para a Azul.
Ele afirmou que desde a conclusão da fusão LAN-TAM em 2012, a Latam Brasil tem apresentado desempenho inferior ao das operações anteriores.
“A Azul poderia emitir 430 milhões de ações para adquirir a Latam por aproximadamente US $ 1,9 bilhão. A Latam garantiria sua exposição ao Brasil com uma parceria com a Azul, e a empresa também poderia vender essa participação ou levantar caixa, se necessário”, afirmou no relatório.