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Fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)? É possível, mas difícil, dizem analistas; veja o que esperar

18 abr 2024, 16:08 - atualizado em 18 abr 2024, 16:48
AZUL GOL
Possível fusão entre Azul e Gol pode acontecer por meio de troca de ações do Abra Group (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

Uma possível fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) pode acontecer por meio de troca de ações do Abra Group, segundo informações da Bloomberg News. Nesse cenário, a holding trocaria com a Azul seus papéis da Gol por uma participação na companhia aérea combinada.

Segundo fontes da agência, esse tipo de transação poderia atrair a Azul, uma vez que ela não teria que se comprometer com muito dinheiro. Qualquer acordo precisaria ser aprovado pelos controladores, credores e acionistas, assim como por reguladores.

Em março, a Bloomberg já havia noticiado que a Azul fechou contrato com o CitiGroup e a Guggenheim Partners para buscar um possível acordo com a Gol.

Na análise da Ativa Investimentos, um avanço de Azul sobre Gol é “possível, porém difícil”.

Os analistas destacam que o processo pode sair do plano das ideias, já que o Chapter 11 (recuperação judicial nos Estado Unidos) da Gol segue em evolução e, até o término, é possível que os stakeholders adotem novos rumos, como novos acionistas.

Além disso, Gol e Azul compartilham de uma série de credores. “No limite, se Azul convencer fração relevante destes, ficaria mais próxima de seu objetivo”, dizem os analistas.

Procurada pelo Money Times, a Azul afirmou que não comentará. Já a Gol não se manifestou até a publicação desta matéria, mas o espaço segue aberto para seu posicionamento.

Os entraves de uma fusão entre Azul e Gol

Por outro lado, os analistas da Ativa levantam outros dois pontos que tornam a formalização de um eventual acordo entre Azul e Gol complexo.

O primeiro deles é o pricing power, capacidade das companhias de aumentarem os preços de seus serviços sem prejudicar a posição competitiva.

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“Apesar de 70% das rotas da Azul não sobreporem as da Gol, ambas partilham de fortíssimo pricing power e, num setor que atualmente conta com apenas três grandes empresas, convencer o Cade a aprovar uma operação, que, na prática, uniria duas destas empresas que passariam a dispor de mais da metade do mercado, não seria simples sem a adição de remédios que poderiam vir a se mostrar amargos”, afirmam.

O segundo entreva é a situação financeira “delicada” da Azul. “Apesar de ter apertado a mão dos credores, Azul segue com uma situação financeira delicada e seguirá envolvida nos esforços para equalização da sua dívida com lessores, como através da emissão de ações, durante os próximos anos”, dizem.

“Acreditamos que pelo perfil creditício da empresa (e do setor), dificilmente a empresa teria acesso à dívida para fomentar uma operação desta magnitude. Lhe sobraria assim a possibilidade de avançar rumo á uma proposta através de emissão de ações, como a matéria apresenta e era esperado pelo mercado, mas que ainda assim pode resultar em nova diluição aos acionistas da companhia”, reiteram.

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