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Furnas, da Eletrobras, está pronta para disputar leilões até sem parceiros, diz CEO

03 fev 2020, 15:05 - atualizado em 03 fev 2020, 15:05
Eletrobras
O presidente da estatal disse que essa limitação já não se aplicará à companhia em 2020 (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A estatal Furnas, subsidiária da elétrica federal Eletrobras (ELET3), está pronta para voltar a participar neste ano de leilões do governo brasileiro para novos projetos de geração e transmissão de energia, disse à Reuters nesta segunda-feira o presidente da companhia, Luiz Carlos Ciocchi.

O desejo da companhia, se concretizado, marcaria o retorno de empresas do grupo Eletrobras às concorrências públicas após cerca de seis anos, período em que companhias como Furnas, Chesf, Eletrosul e Eletronorte deixaram de entrar nas disputas após acumularem prejuízos e grande volume de empreendimentos atrasados.

Furnas chegou ter a participação como majoritária vetada no último leilão de transmissão, em dezembro, devido a uma regra da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para restringir a entrada de empresas que descumpriram cronogramas nos últimos anos.

Mas o presidente da estatal disse que essa limitação já não se aplicará à companhia em 2020 e destacou que agora já seria viável para Furnas entrar nas concorrências até mesmo sozinha, e não apenas como sócia minoritária junto a parceiros, como ocorreu na maior parte dos projetos no passado.

“Nós queríamos já ter entrado no leilão do fim do ano passado, mas não foi possível por questão de poucos dias. Entramos até com recurso para participar, mas não deu”, disse Ciocchi à Reuters. “Estamos estudando voltar, mas analisando como.”

“(Quanto à) possibilidade de parceria nos novos empreendimentos, a gente pode fazer, mas é preciso avaliar… Entrar sozinho, para nós, dá mais autonomia administrativa”, acrescentou.

Ele ressaltou, no entanto, que a empresa só teria fôlego para disputar sem sócios em leilões para viabilização de projetos de menor porte, tanto em geração quanto em transmissão.

“Nosso apetite, dada nossa limitação de investimentos, seria para projetos menores. Geremos caixa, estamos melhor como empresa, mas temos uma barreira de capital”, explicou ele, sem detalhar o porte dos projetos que a empresa mira.

O executivo afirmou ainda que Furnas pretende investir cerca de 1 bilhão de reais em 2020, montante similar aos aportes de 2019, com recursos concentrados na conclusão de obras já iniciadas, como o parque eólico de Fortim, no Ceará.

O empreendimento, com cerca de 140 megawatts em capacidade, deverá ser concluído em abril.