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Fundos no curto prazo, tradings no médio. Açúcar tem novo fôlego em canal de baixa

04 nov 2021, 17:24 - atualizado em 04 nov 2021, 17:59
Açúcar
Operações de curto prazo e de médio prazo, por agentes diferentes, dão repique ao açúcar (Imagem: Pixabay)

Os repiques de alta do açúcar em Nova York não encontram nenhum apoio em fundamento. São operações de day trade e de swing trade misturadas.

Vira e mexe tentam colocar o petróleo como pano de frente, mas é pouco crível. Mesmo porque, no Brasil, fiel da balança nessa equação petróleo X açúcar, não tem mais relação com produção de etanol. A safra praticamente está encerrada e o bicombustível sobe mesmo pela quebra da oferta e estoques curtos para serem carregados por cinco meses.

Nesta quinta (4), inclusive, o barril do Brent desandou, em 1,33% de queda, e desceu para a casa dos US$ 80, mas o açúcar escalou 1,29%, para 19,63 centavos de dólar por libra-peso.

“Os operadores sabem que há um canal de baixa no março 22 e conhecem os limites”, traduz Maurício Muruci, da Safras & Mercado.

Esses operadores são os fundos especulando no day trade e as tradings no swing trade. Dos primeiros, não há o que falar, estão aí para trocas de posições no mesmo dia, quando muito de um dia para o outro.

Dos demais, que visualizam as operações em dias ou semanas – no caso atual do açúcar, está descartada a eventualidade de meses -, há uma tentativa de levarem ao máximo de tempo um teto acima dos 19 c/lp, antes que os fatores de pressão se apresentem definitivamente.

E os limites conhecidos, como diz Muruci, são as chuvas na entressafra da cana no Brasil que deverão ser boas, promovendo uma parcial recuperação da safra 22/23 – de 515 para 540 milhões de toneladas, diz a Safras -, e as entregas de açúcar da Índia e da Tailândia, em andamento, fecharão em fevereiro com bons resultados.

O analista observa o primeiro país com em torno de 36 milhões/t de açúcar (saindo de 30) e a Tailândia com ganho de 70%, para 12 milhões/t. “E exportando 10 milhões/t”, acrescenta.

Mesmo sem açúcar sendo produzido no Brasil de novembro a final de março, tem commodity dos concorrentes sobrando.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.