Fundos imobiliários: Veja 3 sugestões para 2022 de gestoras com histórico consistente
Na última publicação de 2021 da série de Renda Imobiliária da Empiricus, foram sugeridos três fundos imobiliários. Estes são: Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), HSI Logística (HSLG11) e RBR Rendimento High Grade (RBRR11). O último, por sua vez, foi o mais valorizado, com alta de 5,59% contra queda de 2,02% do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX).
Passados quase quatro meses, Caio Araújo, analista da Empiricus responsável por estudos do setor, dá atualizações de como cada um desses fundos tem se comportado, além de explicar sobre sua composição.
Confira informações sobre os três FIIs sugeridos para 2022:
Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11)
Fundado em 1999, o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) é um fundo de lajes corporativas administrado pela Rio Bravo Investimentos. O fundo deu início às suas negociações em dezembro de 2003 e tem como principal objetivo obter ganhos por meio de locações e gestão patrimonial de imóveis comerciais em centros urbanos.
O portfólio do fundo consiste em nove ativos localizados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo 93,5% da ABL (área bruta locável) concentrada na capital paulista e 6,5% na fluminense. Em São Paulo, 80,1% dos imóveis estão distribuídos nas regiões da Avenida Paulista, Faria Lima e Vila Olímpia, principalmente edifícios da categoria “A+”.
Segundo Caio Araujo, embora este fundo tenha apresentado uma queda de 10,25% no ano, sua performance operacional tem melhorado a cada mês. Nesse sentido, tem-se que locações e ajustes feitos recentemente se mostraram eficientes no combate da vacância do fundo, já que esta saiu de 34.4% em janeiro para 26.9% em março. Outro ponto positivo foi a reciclagem do portfólio do fundo.
“Em resumo, a gestão tem como foco aumentar a sua participação em prédios inteiros ou percentuais relevantes”, afirma Caio Araújo. Ele explica que, no ano passado, esse processo possibilitou a distribuição de rendimentos extraordinária aos cotistas.
Por fim, ele ressalta que as cotas do RCRB11 estão com desconto de 37,4% em relação ao seu valor patrimonial, colocando-se acima da média do segmento e configurando uma boa oportunidade de compra, segundo Araújo. O potencial de valorização estimado é de 23%, aliado a um yield (rentabilidade dos rendimentos distribuídos) próximo de 7,6% considerando a cota atual.
HSI Logística (HSLG11)
Gerido pela Hemisfério Sul Investimentos e administrado pela BRL Trust, o fundo HSI Logística (HSLG11) é do segmento logístico, com foco em renda e ganho de capital. Sua carteira é composta por quatro imóveis, somando uma ABL total de 390,6 mil metros quadrados distribuídos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Todos os ativos do fundo se encontram em um raio de 35 quilômetros de suas respectivas capitais, o que facilita as operações. Outro fator que o analista destaca é que o fundo possui participação em todos os galpões, fornecendo à gestão maior autonomia para realizar eventuais mudanças na carteira.
Quanto à vacância, tem-se que esta caiu para 1,1% após as últimas locações. No entanto, Araújo atenta para um ponto importante: com 89% dos contratos na modalidade das locações, o fundo possui o maior risco de diminuição da taxa de ocupação no curto ou médio prazo.
No momento, Caio Araújo espera aumento nos rendimentos no fundo em virtude das vendas e da resolução de problemas que estavam prejudicando alguns ativos. Nesse contexto, o yield médio deve chegar à casa de 9,2% nos próximos 12 meses e o potencial de valorização do ativo é estimado em 17%. “Bem interessante para o nível de qualidade da carteira”, analisa Caio sobre esse número.
RBR Rendimento High Grade (RBRR11)
Com início em maio de 2018, o RBR Rendimento High Grade (RBRR11) é um fundo de recebíveis imobiliários gerido pela RBR Asset. Ele busca gerar renda e obter capital por meio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), sejam eles indexados ao CDI ou a índices de inflação.
A carteira do fundo é diversificada, dispondo de 39 ativos dos quais 97% são high grade (baixo risco de crédito), com classificação maior ou igual a “A”. A gestão é bastante criteriosa na seleção dos investimentos, preferindo emissões ancoradas pela própria RBR, que compõem 81% dos ativos”, afirma o analista.
Há, nesse fundo, uma maior exposição ao IPCA, representando 45% dos CRIs. Uma boa parcela, contudo, está atrelada ao CDI, configurando 39% da carteira.
Os pagamentos realizados pelo fundo têm apresentado um aumento, chegando a uma distribuição de R$1,10 por cota no último mês, o que confere um yield de 13% no preço atual.
Considerando o atual panorama econômico relacionado aos índices de inflação e juros, bem como as recentes deliberações do Copom, o RBRR11 é o atual vencedor entre os três fundos, com uma alta acumulada de 5,59% no ano e um dividend yield de 10,6% nos últimos 12 meses. “É uma ótima opção para quem está iniciando sua trajetória em FIIs”, conclui Caio.