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Fundos imobiliários: Varejista vai à justiça para não pagar multa de rescisão; Ifix cai

08 dez 2022, 19:11 - atualizado em 08 dez 2022, 19:11
Fundo Imobiliário VBI Prime Properties PVBL11
Índice de fundos imobiliários fechou em queda pelo quarto dia seguido e se afastou do nível de 2.900 pontos (Imagem: Reprodução/VBI Prime Properties)

O fundo imobiliário Bresco Logística (BRCO11) comunicou ao mercado que o GPA (PCAR3) – grupo controlador do Extra e do Sendas -, após antecipar a rescisão de contrato de locação de um imóvel, entrou com uma ação judicial para consignar o pagamento com tutela de urgência.

O fundo explica que o GPA devolveu as chaves do centro de distribuição 06, localizado na Vila Jaguará, em São Paulo, em 9 de novembro. O contrato de aluguel venceria em maio de 2027.

A partir daí, o BRCO11 adotou as medidas para garantir o recebimento do aviso prévio mínimo de 12 meses para a desocupação do imóvel, além do recebimento de indenização equivalente a seis vezes o valor do aluguel, proporcional ao prazo remanescente da locação. Os valores deveriam ser sido pagos até 4 de dezembro.

Porém, o GPA propôs uma liminar para impedir que o Bresco Logística executasse a carta fiança bancária emitida pelo banco Safra até a decisão final do processo. A ação judicial da varejista propõe também o afastamento do pagamento da indenização pela rescisão antecipada do contrato sob o argumento de que estaria vigente por prazo indeterminado.

Em comunicado, o fundo diz que, embora estivesse em contrato as determinações sobre o aviso prévio e a indenização em caso de rescisão antecipada, o juíz do processo concedeu nesta semana uma liminar favorável à varejista suspendendo a exigibilidade dos valores discutidos pela rescisão do contrato de locação.

Foi condicionado a eficácia da decisão ao depósito caução de R$ 23,9 milhões, equivalente ao valor da carta fiança bancária emitida pelo Safra, dentro do prazo de três dias a contar da intimação da GPA. O fundo ressalta que seguirá com a discussão na justiça e que a liminar não é definitiva.

A locação do centro distribuição pelo GPA representava 19% da receita mensal de aluguéis do BRCO11, ou o equivalente a R$0,16 por cota.

Índice de fundos imobiliários

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 fechou em queda de 0,45%, aos 2.863 pontos, mantendo o viés de volatilidade e engatando o quarto dia seguido de sinal negativo.

Ao longo da semana, o volume de negócios apresentado seguiu abaixo do visto ao longo de novembro. Hoje, o montante ficou um pouco abaixo do movimentado na véspera.

O assessor da SVN Investimentos, Vitor Matias, comenta que investidores estão em compasso de espera em meio às indefinições do novo governo que refletem no cenário macroeconômico. “Hoje foi um dia atípico de negociação. Essas indefinições estão atrapalhando o mercado de fundos a andar”, diz.

Ele comenta que, após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a taxa Selic em 13,75% pela terceira vez seguida, a expectativa é de que a taxa seguirá ao redor de 14% em 2023. Com isso, “não há uma clara definição do que o investidor deve fazer neste momento”.

A sócia da Brio Investimentos, Michele Costa, acrescenta que a taxa de juros tem importante contribuição para o desempenho do mercado de FIIs, já que quando a Selic sobe, há uma redução da liquidez disponível para investimento em renda variável diante da migração de investidores para os ativos de renda fixa.

“Com a redução da liquidez disponível, os fundos tendem a sofrer mais tanto no mercado secundário com menor demanda, quanto no primário dificultando novas ofertas e follow-ons”, destaca.

Destaques do dia

Entre os fundos, o destaque das altas foi VBI CRI (CVBI11), que subiu 1,72%. Em contrapartida, o XP Properties (XPPR11) fechou com forte queda de 7,54%, após quatro pregões seguidos de alta.

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