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Fundos imobiliários: Varejista em recuperação judicial está com aluguel atrasado e quer devolver imóvel

21 mar 2024, 11:57 - atualizado em 21 mar 2024, 12:01
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Índice de fundos imobiliários sobe após o Copom cortar de novo a Selic; varejista pede recuperação judicial e para deixar imóvel (Imagem: Reuters/Niharika Kulkarni)

O fundo imobiliário VBI Logístico (LVBI11) informou ao mercado que recebeu notificação da rede de supermercados Dia, que entrou com o pedido de recuperação judicial no Brasil, para devolver um imóvel antes do fim do contrato de locação.

A varejista é a única inquilina de um galpão logístico de 59 mil metros quadrados em Mauá, na grande São Paulo. 

Em comunicado, o FII explica que a manutenção do contrato de aluguel é condição para o pagamento de determinadas parcelas do preço de aquisição do imóvel. Como a operação foi anunciada em 2019, falta pagamento de três parcelas remanescentes de R$ 1 milhão cada.

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Entretanto, apesar do pedido de rescisão antecipada de contrato, o Dia terá que cumprir o aviso prévio mínimo de 180 dias (seis meses), conforme estabelecido com o LVBI11. Com isso, a rede de supermercados só poderá entregar as chaves do galpão em setembro.

O fundo imobiliário aproveitou para informar que, até o momento, a locatária ainda não pagou o aluguel referente a fevereiro. Diante disso, a receita do LVBI11 tem impactos negativos de 7%, refletindo na distribuição de rendimentos, em R$ 0,07 por cota.

No Brasil desde 2001, a varejista espanhola entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (21), sob alegação de problemas financeiros e que faz parte de um processo de reestruturação no país, anunciada na semana passada.

Desta forma, “diante dos persistentes resultados negativos registrados no Brasil”, o Grupo Dia decidiu fechar 343 lojas e três centros de distribuição no país, para tentar dar maior estabilidade ao seu funcionamento.

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Índice de fundos imobiliários (Ifix) na ressaca de BCs

O dia seguinte à dobradinha de Bancos Centrais é positiva para o índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3, que opera em alta nesta quinta.

Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu o sexto corte seguido na taxa básica de juros (Selic), caindo de 11,25% para 10,75%.

Após seis cortes de 0,50 ponto percentual (p.p.), o Banco Central sinalizou que deverá, em breve, reduzir a magnitude do corte. Provavelmente, para metade disso.

Por volta das 11h55 (de Brasília), o Ifix tinha leve alta de 0,04%, aos 3.379 pontos, voltando a ficar perto da máxima histórica no movimento intradiário, de 3.383 pontos.



Quem ganha com mais queda da Selic?

O analista do Trix (aplicativo de investimentos da gestora TRX), Leonardo Garcia, comenta que os FIIs estão desfrutando de um momento favorável, impulsionados por sólidas valorizações desde 2023.

Com isso, a indústria vem aproveitando o horizonte e o cenário de corte de juros desde abril do ano passado, quando iniciou um ciclo de ganhos. Garcia acrescenta que o ambiente é positivo também pela realização de novas operações que combinam a eficácia das gestoras com uma habilidade notável de captação de recursos.

“Os fundos que conseguem navegar com sucesso nesse ambiente de mercado estão fortalecendo suas posições para aproveitar o cenário de queda da Selic”, diz, acrescentando que espera-se um 2024 favorável para FIIs, especialmente do segmento de tijolo, que continua a demonstrar resiliência e potencial de crescimento.

Destaques do dia

Entre os mais de 100 fundos listados, o Hectare CE (HCTR11) liderava as altas no horário acima, de 1,7%, empilhando o sétimo dia  seguido de valorização, exibindo o melhor desempenho da semana. Além disso, o HCTR11 amplia os ganhos no acumulado de março, de 10%.

Por outro lado, o fundo imobiliário Santander Renda de Aluguéis (SARE11) registrava a maior queda, de 1,5%. Ao contrário do Hectare CE, o SARE11 tem perdas de quase 5% no mês.