Fundos imobiliários: Os segmentos que estão uma pechincha, segundo 22 gestores
O sentimento é de cautela no mercado de fundos imobiliários em meio às expectativas nada otimistas para a economia doméstica ao longo de 2023. Para mensurar a visão do mercado com a indústria de FIIs, a Empiricus Reseach fez um estudo para ouvir 30 gestores.
Os responsáveis por gerirem fundos imobiliários deixaram suas impressões para os próximos 12 meses. Dos 30 procurados, 73% responderam ao questionário de oito perguntas.
Grau de confiança com o setor imobiliário
Perguntados sobre o grau de confiança no mercado imobiliário brasileiro, gestores estão um pouco otimistas, mesmo com o cenário econômico desafiador. A média da perspectiva ficou em 0,18, considerando uma escala em que -2 é muito pessimista e 2 é muito otimista.
Quando trata-se do mercado de imóveis dos Estados Unidos, prevalece o pessimismo, com média das respostas dos gestores ficando em -0,38.
“O resultado é influenciado pelas perspectivas de recessão econômica no país. Nos últimos meses, já foi possível observar uma desaceleração de preços de venda e aluguel em algumas regiões”, comentam os analistas de real estate da Empiricus Research, Caio Araujo e Pedro Niklaus.
Fundos imobiliários por setores
No recorte setorial, gestores estão bem otimistas com o segmento de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), com média das respostas ficando em 1,05, a maior entre os setores.
Na sequência, vem o setor de shoppings (com média em 0,59); agronegócio (0,43), renda urbana (média das respostas em 0,36) e logística (0,27). O segmento de escritórios deixa gestores com olhar mais pessimista, tendo sido o único a registrar média negativa nas respostas, de 0,05.
A visão dos gestores sobre FIIs
Sobre os segmentos, o BTG Pactual disse esperar que fundos imobiliários de CRI continuem a apresentar boa performance dada a alta rentabilidade nominal que têm entregado na comparação com os outros segmentos. “E devem seguir entregando com a alta dos juros”, diz o setor do banco.
Para o gestor da Alianza Investimentos, logística e shoppings são os segmentos que ainda estão mais descontados em relação aos demais. “Notamos certa carência de bons ativos logísticos no mercado e a maioria dos shoppings já retomou os patamares de rentabilidade pré-crise da covid-19“, comentou.
Ainda sobre esses dois segmentos, o BTG avaliou que shoppings devem passar por uma estabilização do crescimento em relação a 2022, em razão de uma base mais forte na comparação ano a ano e devem depender de outros fatores econômicos para crescimento.
Em contrapartida, para o segmento de logística, os gestores aguardam mais informações sobre o setor de e-commerce, que desapontaram nos números da Black Friday de 2022.
A Alianza acrescenta que vê bons ativos de escritórios e de renda urbana com baixa vacância, o que não justifica os atuais preços praticados no mercado secundário.
Levantamento
Como pré-requisito para participar da pesquisa da Empiricus, foram selecionadas apenas casas que têm áreas estratégicas de alocação em FIIs, por meio de veículos listados (fundos de fundos, multiestratégia ou hedge funds) ou privados.
Participaram do levantamento: Alianza Investimentos, BTG Pactual, Canuma Capital, Capitânia Investimentos, Credit Suisse, Devant Asset, Galapagos Capital, Hedge Investments, Kinea Investimentos, Mauá Capital, Mérito Investimentos, Navi Capital, RB Capital Asset, RBR Asset Management, Real Investor, REC Gestão, Rio Bravo Investimentos, Safra Asset Management, SPX SYN, Tellus, Valora Investimentos e Vinci Partners.