Fundos imobiliários: Esse segmento é a bola da vez no segundo semestre; veja qual
Os fundos imobiliários exibiram uma forte recuperação no segundo trimestre deste ano após o índice referência do setor (Ifix) disparar 14,3%. Com isso, o Ifix reverteu a queda de 3,7% registrada nos três primeiros meses do ano.
Sendo assim, o primeiro semestre foi bastante positivo para os FIIs. Mesmo com os impactos da crise da Americanas (AMER3) e dos fundos de papel, em meio aos atrasos de pagamento de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Liderados pelo impulso dos fundos de fundos, a valorização do Ifix foi de 10,05% nos seis primeiros meses de 2023, no melhor desempenho para o período desde 2019. Contudo, a pergunta é: o que vem nos próximos meses?
Fundos imobiliários à espera de um corte na carne
O segundo semestre começa com o Ifix cada vez mais perto da marca de 3.200 pontos, não alcançada desde janeiro de 2020. Caso o ritmo de alta seja mantido, já que são 13 semanas seguidas de sinal positivo, o índice de FIIs poderá alcançar em breve a máxima de histórica de 3.253 pontos.
Além disso, investidores aguardam por dois eventos nos próximos meses: a continuidade na desaceleração da inflação e o início do ciclo de corte da taxa de juros (Selic).
O analista da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, diz que a perspectiva é favorável para os próximos seis meses, dando continuidade ao clima de otimismo em torno dos fundos imobiliários visto no fim do primeiro semestre.
“Com a inflação em níveis controlados e o provável ciclo de queda da Selic, certamente teremos um maior interesse de investidores em FIIs”, comenta, acrescentando que o afrouxamento monetário deverá resultar em ganho de liquidez dos fundos.
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Segundo o analista, caso a taxa de juros caia de forma mais contundente, os fundos imobiliários tornam-se mais competitivas em relação aos ativos de renda fixa.
O gestor e diretor financeiro da Tellus, João Paulo Germanos, reforça que o maior desafio para os FIIs até o fim de 2023 é a taxa de juros alta. Porém, ele acredita que o início do corte da Selic beneficiará todos os segmentos, o que deve estimular o número de transações, emissão de cotas (follow-on) e até mesmo IPOs.
“A taxa de juros alta machucou o mercado e asfixiou o crédito. Fundos imobiliários dependem de crédito. Contudo, com a Selic mais comportada, entre 10% e 12%, as condições de mercado para os FIIs melhoram”, diz em entrevista ao Money Times.
De tijolo em tijolo, eles voltam à cena
Nabuco de Araujo e Germanos avaliam que a bola da vez no segundo semestre deverá ser os fundos de tijolo. Para o profissional da Empiricus, esses FIIs devem seguir apreciados nos próximos meses, principalmente, com a queda de queda de juros.
“Os segmentos de shopping e logística tendem a ser protagonistas nesse cenário. Já o segmento de crédito, do ponto de vista de renda, os classificados como high grade tendem a continuar pagando bons níveis de renda nos próximos meses”, diz.
Contudo, o gestor da Tellus vê um bom caminho não apenas para esses dois segmentos, como também para lajes corporativas e fundos de renda urbana.
“Esses também devem exibir bom desempenho e devem se beneficiar com a queda de juros”, comenta, lembrando dos fundos de papel. Germanos acrescenta que a classe de FIIs foi “super bem” no primeiro semestre, aumentando a participação no Ifix.
“Esses fundos sempre terão um ambiente para navegar. Mas é sempre bom separar aqueles ligados à inflação e ao CDI. De todo modo, os fundos de papel viveram esse momento positivo antes”, pondera, ressaltando que os fundos de tijolo devem ser o destaque do semestre.