Fundos imobiliários: O que bancos esperam até o fim do ano?
Os fundos imobiliários chegam ao quarto trimestre de 2023 com cenário positivo, já que o índice referência do setor, o Ifix, acumula valorização de 11% no ano. É o melhor desempenho anual desde 2019.
Parte dessa valorização está ancorada na expectativa de afrouxamento monetário que, até então, culminou em dois cortes da taxa básica de juros (Selic), em agosto e setembro, passando de 13,75% para 12,75%.
Até dezembro, o Banco Central (BC) já sinalizou que fará mais dois cortes, provavelmente, de 0,50 ponto percentual (p.p.), cada. Com isso, a Selic deverá encerrar 2023 a 11,75%.
Após seis meses seguidos de valorização do Ifix, o que esperar para os FIIs até o fim do ano? Veja a análise de três bancos.
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O que os fundos imobiliários ainda podem entregar no ano?
A equipe do BB Investimentos diz que, apesar da forte alta do índice de FIIs nos últimos meses, ainda enxerga potencial de ganhos para o setor à frente, ainda que em um passo mais lento e gradual.
Embora, segundo os analistas, exista um certo grau de incerteza em relação a velocidade que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá imprimir nesse ajuste, assim como sobre a taxa de juros terminal do ciclo de cortes.
“Entendemos que o momento ainda é propício para montagem de posição em fundos imobiliários. Sobretudo para investidores com viés de longo prazo”, diz o BB.
Ainda sobre a Selic, o BTG Pactual reforça a expectativa do banco de mais dois cortes 0,50 p.p. até dezembro. Isso respaldado pela inflação.
“Por um lado, os resultados positivos do IPCA respaldam a tendência de corte da Selic. Sendo assim, olhando para frente, monitoramos as movimentações na curva de juros e potenciais mudanças no direcionamento da política monetária do BC. Até em virtude do grande efeito no mercado de FIIs”, diz a equipe do BTG.
Otimismo com o futuro do mercado imobiliário
Por sua vez, os analistas do Itaú BBA comentam que seguem otimistas com o mercado imobiliário no médio e longo prazo. Mesmo considerando o atual patamar da taxa de juros altos. “Avaliamos que os fundos imobiliários continuarão com uma boa relação de risco x retorno em comparação a outras classes de ativos”, dizem.
Entretanto, os riscos fiscais e políticos do Brasil não saíram do radar. Com isso, a equipe do BBA pondera que incertezas em relação ao cenário político e o fiscal podem trazer volatilidade no curto prazo.
“Precisamos acompanhar de perto o movimento na curva longa de juros, que vem ditando o ritmo do mercado”, acrescentam.