Fundos imobiliários flertam com volta por cima e papéis envolvidos em calote voltam aos holofotes
As negociações de cotas dos fundos imobiliários Devant Recebíveis (DEVA11), Hectare CE (HCTR11) e Versalhes Recebíveis (VSLH11) começaram um pouco mais tarde no pregão desta sexta-feira (05).
Isso porque esses FIIs, envolvidos em calotes de pagamento de Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs), emitiram comunicados sobre a participação deles em uma assembleia geral de titulares de CRIs, realizada na quarta-feira (03).
No entanto, em fatos relevantes publicados por DEVA11, HCTR11 e VSLH11, eles descreveram algumas pautas que foram deliberadas no encontro.
Entre elas, a exigência da recompra total dos créditos imobiliários, declaração de vencimento antecipado total das debêntures, além de recompra total e vencimento antecipado da cédula de crédito bancário (CCB) nos termos dos documentos da operação.
Além disso, ainda nos comunicados, os fundos imobiliários informaram que também foi deliberado o ajuizamento de ação de execução de título executivo extrajudicial em face da cedente, devedora, e/ou dos fiadores dos CRIs, com o objetivo de demandar o cumprimento da obrigação de pagar o valor da recompra total e o valor de resgate das debêntures por vencimento antecipado, ou então, o valor de liquidação das debêntures.
Entre outras pautas, também foi deliberada nessa assembleia a excussão das garantias das operações. Nos comunicados, os FIIs também descrevem os CRIs que estão inadimplentes.
Um pouco sobre o calote
No início de março, a Forte Securitizadora (Fortesec) ficou inadimplente com o pagamento de juros e amortização de CRIs vencidos em 22 de fevereiro, o que levou os FIIs citados acima, além do Tordesilhas EI (TORD11), a derreterem desde março.
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Também em março, além desse calote, outra notícia envolvendo CRIs pegou em cheio esses fundos imobiliários. À época, a Justiça do Rio Grande do Sul decidiu que a empresa do ramo imobiliário e de turismo Gramado Park (GPK) ficaria suspensa de pagar recebíveis à Fortesec por 60 dias.
Contudo, no mês passado, a justiça do Rio Grande do Sul aceitou o pedido de recuperação judicial de três empresas (de quatro) do grupo GPK. A Fortesec é responsável pela emissão de CRIs da GPK e pertence ao fundo imobiliário Serra Verde (SRVD11).
Nesta semana, o Serra Verde comunicou ao mercado que trocou de gestora. Com isso, a R Capital Asset Management Investimentos foi “destituída” e, desde quarta-feira, os ativos da SRVD11 estão sendo geridos pela gaúcha Catalunya Gestão de Recursos.
Índice de fundos imobiliários
Já o índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 opera com alta firme no pregão de hoje e caminha para encerrar com ganhos pelo sétimo dia seguido. O Ifix não engata essa sequência positiva desde dezembro do ano passado.
Por volta das 13h (de Brasília), o índice de FIIs subia 0,33%, aos 2.885 pontos. Ele também caminha para encerrar a semana em alta de perto de 1%. Sendo assim, o Ifix deverá ter a quarta valorização semanal consecutiva.
Entre os fundos imobiliários listados no Ifix, o RBR Properties (RBRP11) liderava os ganhos no horário acima, de 3,2%, seguido de DEVA11 (+2,9%) e HCTR11 (+2,4%), citados acima.
Em contrapartida, o fundo JS Ativos Financeiros (JSAF11), que passou a fazer parte do Ifix nesta semana, registrava a maior queda, de quase 2%.