Fundos imobiliários: HCTR11 despenca, provoca sangria e tira ímpeto de máxima histórica
O pregão desta segunda-feira (11) tem quase duas horas, mas o destaque do dia está definido: o fundo imobiliário Hectare CE (HCTR11), que desaba mais de 20%. Com isso, as cotas do FII entraram em leilão por pelo menos quatro vezes nesta manhã.
O desempenho negativo reflete o comunicado divulgado pelo HCTR11 na sexta-feira (08), no qual anunciou um corte drástico de 66% nos rendimentos a serem pagos este mês.
Enquanto o valor referente a julho, pago no mês passado, foi de R$ 0,50 por cota, o dividendo de agosto recuou para R$ 0,1705 por cota. Os valores serão pagos na sexta-feira (15).
O fundo imobiliário alegou que a distribuição de rendimentos “sofreu momentânea redução em relação ao observado nos últimos meses”.
Contudo, o HCTR11 alega que a queda do valor é “devido à restrição imposta pela diminuição do saldo contábil acumulado, em decorrência da remarcação em períodos anteriores de alguns ativos a valor justo pelas regras contábeis vigentes”.
Com o tombo nesta segunda-feira, o FII acumula perdas de mais de 60% no acumulado de 2023. O desempenho reflete a crise de inadimplência de pagamento de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), iniciada em março deste ano, quando o Hectare CE chegou a pagar dividendo de R$ 0,70 por cota.
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HCTR11 tira ímpeto do índice de fundos imobiliários
No entanto, a forte desvalorização das cotas do Hectare CE joga um balde de água fria no índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3, que perde o ímpeto para atingir a máxima histórica de 3.253 pontos.
Na sexta-feira (08), o Ifix avançou aos 3.239 pontos, no maior patamar desde o começo de janeiro de 2020. Porém, hoje, recua na esteira do dia ruim dos fundos do segmento de papel.
Por volta das 13h05 (de Brasília), o índice de FIIs tinha queda de 0,38%, aos 3.228 pontos. O volume de negócios era normal para o horário, perto de R$ 80 milhões.
Além disso, o HCTR11 puxa a desvalorização de outros fundos de papel, como o Devant Recebíveis (DEVA11) e Versalhes Recebíveis (VSLH11), que recuavam 7,2% e 5%, respectivamente, no horário acima.