Fundos imobiliários: É hora de vender cotas com calote de varejistas?
A crise de varejistas, que tem resultado em calote em fundos imobiliários, acende um sinal de alerta. A falta de pagamento de aluguéis de lojas e de galpões logísticos vem escancarando a crise financeira do setor.
O que analistas falam sobre a inadimplência de gigantes do varejo?
Entretanto, analistas veem que os casos de Americanas (AMER3), Lojas Marisa (AMAR3) e Tok&Stok são pontuais, mesmo que o cenário econômico indique que poderá haver uma deterioração das condições financeiras dessas empresas.
O que cotistas devem fazer com os fundos imobiliários?
Em meio às incertezas, investidores de fundos imobiliários de tijolo estão apreensivos com suas cotas de FIIs expostos a essas varejistas. Porém, não é momento para pânico.
A analista de fundos imobiliários da EQI Research, Carolina Borges, destaca que o investimento dos cotistas é no imóvel, e não no inquilino.
“No curto prazo, a inadimplência [das varejistas] reflete em impacto para o fundo. Depois, não mais”, diz.
Sobre os galpões logísticos, ela acrescenta que a pandemia de Covid-19 acelerou a ocupação dos imóveis. “Acelerou a demanda de galpões. Porém, talvez, esse ‘boom’ de galpões tenha passado”, avalia, reforçando que o cotista precisará ser mais criterioso com fundos de tijolo, em geral.
“Mas é hora de ter calma. Melhor esperar ter uma visão mais clara do que pode acontecer com o fundo e com o inquilino”, reforça, orientando investidores a terem cautela antes da venda das cotas.
Seguir ou não seguir com FIIs expostos à inadimplentes?
O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, pondera que cotistas devem ter uma exposição moderada aos fundos imobiliários expostos à Americanas, Marisa e Tok&Stok.
“São boas carteiras, com bons imóveis. Mas prevemos uma certa volatilidade no curto prazo para esses FIIs”, diz, ressaltando que é preciso diversificar os investimentos em fundos imobiliários.
“Não é o fim do mundo para os segmentos de tijolo e logística. Para quem já tem as cotas, é momento de elevar a régua de risco. Entretanto, isso abre janela para reduzir exposição a eles”, acrescenta.