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Fundos imobiliários despencam até 18% após calotes envolvendo CRIs

29 mar 2023, 18:33 - atualizado em 29 mar 2023, 18:49
Fundos Imobiliários
Puxado por papéis, índice de fundos imobiliários tem pior desempenho do ano e fecha no menor valor em 12 meses (Imagem: Divulgação/Alianza)

O fundo imobiliário XP Properties (XPPR11) liderou as altas no pregão desta quarta-feira (29), entre os fundos listados no índice de referência do setor (Ifix), e teve ganhos de 4,61%.

Além de vender R$ 200,7 milhões em ativos na semana passada para um fundo do BTG Pactual, o XPPR11 fechou um contrato de aluguel reduzindo a sua taxa vacância.

Aquisições movimentam mercado de fundos imobiliários

Em comunicado, o FII disse que assinou com a Rec Faria Lima Empreendimentos e a Rec 2017 Empreendimentos o contrato de locação do 11º andar do Edifício Faria Lima Plaza, em São Paulo. A vigência do contrato, assinado em 24 de março, será de 48 meses (ou quatro anos).

Além disso, o imóvel locado tem área total de (BOMA) de pouco mais de mil metros quadrados. Segundo o XPPR11, com o aluguel do pavimento, a ocupação total do Faria Lima Plaza alcança 64%. Por outro lado, a taxa de vacância recua de 46,4% para 46%.

Sendo assim, a receita bruta da locação, considerando o total recebido nos primeiros 24 meses e a proporção de 30%  da REC 2017, que é objeto de aquisição indireta pelo fundo, é estimada em R$ 0,13 por cota.

Enquanto a receita mensal bruta com o aluguel, sem considerar a correção inflacionária, prevista é de R$ 0,0074 por cota.

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Índice de fundos imobiliários

O índice de fundos imobiliários (Ifix) levou um tombo na Bolsa brasileira puxado pela derrocada de fundos de papel.

Com isso, o Ifix fechou em queda de 0,70%, aos 2.744 pontos, no menor nível desde 28 de março do ano passado. O volume de negócios foi alto, sendo o terceiro do mês.



4 fundos imobiliários afundam

A forte queda do índice foi impulsionada pelo tombo de quatro fundos imobiliários: o Devant Recebíveis (DEVA11), Versalhes Recebíveis (VSLH11), Hectare CE (HCTR11) e Tordesilhas EI (TORD11). Eles caíram 18,03%, 13,43%, 13,37% e 9,68%, nessa ordem.

Os FIIs divulgaram hoje, por meio de fatos relevantes, que a Forte Securitizadora (Fortesec) não fez o pagamento de Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs) vencidos em 20 de março. Segundo os fundos imobiliários, “não há qualquer notícia do adimplemento de tais obrigações”.

HCTR11 listou 28 instrumentos financeiros em atraso, enquanto o VSLH11 listou 16. Já o TORD11 reportou cinco instrumentos financeiros e por sua vez, o DEVA11 listou calote de 22 operações.

Desde segunda-feira, o mercado reage negativamente à decisão da justiça, na semana passada, de que o grupo gaúcho Gramado Park (GPK) ficará suspenso por 60 dias de pagar recebíveis à Fortesec. Essas operações reportadas pelos quatro fundos imobiliários envolvem CRIs da GPK, já que eles são emitidos pela securitizadora.

O analista da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, comenta que em momento de deterioração dos indicadores econômicos, a capacidade de crédito da contraparte diminui. “Isso causa inadimplência e/ou necessidade de renegociação de dívidas”, comenta.

Ele diz ainda que o cenário caminha para uma atuação das gestoras na execução das garantias desses créditos, no caso, os CRIs. Contudo, é algo que também exige uma negociação mais delicada e um contexto judicial. Como é o caso da GPK.

“Enquanto a taxa de juros estiver nesse patamar [mais alto, com a Selic a 13,75%], os fundos continuarão com volatilidade, mas concentrado no segmento high yield”, avalia.