Fundos imobiliários de galpões e shopping centers lideram alta patrimonial, aponta BTG — mas ainda há FIIs baratos

Os fundos imobiliários de tijolo apresentaram valorização patrimonial nos laudos mais recentes, embora os resultados tenham variado entre os diferentes segmentos, segundo relatório do BTG Pactual.
O levantamento mostra que os FIIs de shopping centers foram o grande destaque, com valorização média de 7% em 2024 em relação a 2023. O bom desempenho do setor está atrelado à recuperação do varejo físico, com crescimento nas vendas e na receita.
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Outro segmento com resultado positivo foi o de galpões, que registrou valorização de 3% no ano passado. De acordo com os analistas do banco, a baixa vacância nos centros logísticos manteve a atratividade dos ativos, sustentada pela demanda — especialmente do comércio eletrônico.
Outros setores também apresentaram valorização patrimonial, ainda que em menor escala: as agências bancárias tiveram alta média de 2,1%, depois de recuarem -0,4% em 2023, enquanto os fundos imobiliários de renda urbana avançaram 1,8%.
Para o BTG, esse crescimento reflete os contratos de longo prazo com inquilinos de baixo risco e a alta previsibilidade de fluxo de pagamentos.
“Esses fundos apresentaram, na média, maior expectativa de crescimento de receita, além da redução nas taxas de desconto aplicadas aos imóveis”, explicam os analistas.
FIIs de lajes corporativas e híbridos na contramão
O relatório também aponta que, na contramão da maioria dos segmentos, os fundos de lajes corporativas ainda enfrentam desafios relevantes.
Com vacância elevada em diversas regiões e baixa absorção líquida, o setor registrou queda de -0,5% no valor dos imóveis em 2024. Os FIIs híbridos também recuaram, com retração média de -0,2%, conforme a imagem abaixo:

Fundos imobiliários seguem descontados
Apesar da reprecificação positiva em diversos segmentos, o BTG destaca que muitos fundos imobiliários seguem sendo negociados com desconto na Bolsa de Valores.
O múltiplo conhecido preço sobre valor patrimonial (P/VPA) médio dos FIIs caiu, com destaque para os fundos de agências bancárias (de 1,04 para 0,85), shopping centers (de 0,89 para 0,75) e lajes corporativas (de 0,76 para 0,63).
Ainda segundo o banco, esse recuo reflete a piora do cenário macroeconômico, tanto no Brasil quanto no exterior. Entre os principais fatores está a elevação das taxas de juros, que impacta diretamente o setor imobiliário e, consequentemente, as cotas dos FIIs.
Além disso, o BTG alerta que, ainda em 2025, a combinação entre desaceleração global e as incertezas fiscais brasileiras tendem a manter elevado o prêmio de risco exigido pelos investidores para essa classe de ativos, pressionando as cotações.