Fundos imobiliários darão fim à maior sequência de ganhos desde 2019? Veja onde investir no 4º tri
Os ventos mudaram de direção para os fundos imobiliários nos últimos dias.
Desta forma, o índice referência do setor (Ifix) caminha para fechar em queda pela terceira semana seguida, culminando no fim de uma sequência importante.
Após cinco meses de valorização, o Ifix deverá encerrar nesta sexta-feira (29) a maior sequência de ganhos mensal desde 2019.
O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, comenta que o fim da sequência não está relacionado a “nada específico em relação ao setor”. No entanto, o ambiente macroeconômico tem interferido no desempenho dos FIIs.
“Tanto é que, até o momento, os setores que apresentam as maiores quedas são os mais sensíveis ao cenário macro. No caso, os fundos de fundos (FoFs) e os de escritórios“, diz.
Araujo avalia que o aumento do risco global nas últimas semanas, assim como o risco-país, tem resultado em deixado a curva de juros futuros mais “empinada” e isso afeta o valuation de fundos imobiliários. “Mesmo que o operacional esteja avançando e dentro do esperado. É isso, uma influência de fatores macroeconômicos na cotação de curto prazo dos FIIs”, avalia.
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Qual é a tendência para o 4T23?
A partir de segunda-feira (02), cotistas terão o último trimestre de 2023 para organizar carteiras, realocar investimentos e recalcular a rota na reta final do ano. Apesar do provável fim do período de valorização mensal, o Ifix avança mais de 11% no acumulado de 2023.
O analista da Empiricus destaca que, apesar dos ganhos no ano, boa parte dos segmentos de FIIs continua descontado. Sendo assim, no curto prazo, o ideal é o investidor encontrar oportunidades pontuais. Porém, ele sugere um olhar mais atento para alguns fundos.
“Alguns do segmento de crédito, indexados a inflação, negociam com desconto. Especialmente, na carteira high grade. Acho que alguns ficaram um pouco para trás, mas podem gerar rendimentos de 11% a 13% nos próximos 12 meses, dependendo do papel. É um segmento que eu gosto e estamos olhando com mais carinho”, comenta.
Entre esses ativos, Araujo destaca o fundo Kinea Securities (KNSC11). Apesar do FII ter ficado para trás nos últimos meses, em relação aos seus pares, o profissional da Empiricus destaca que o KNSC11 tem uma carteira high grade bem posicionada no índice de inflação oficial do país (IPCA) e também uma parcela em CDI.
Ele cita ainda os fundos de tijolos, que devem ver a cota patrimonial se valorizando no fim do ano. Isso porque, explica o analista, boa parte das reavaliações patrimoniais de fundos imobiliários ocorrem em dezembro.
“Com a previsão de novas quedas da taxa de juros [Selic], bem como melhora operacional de alguns setores, poderemos ter surpresas positivas nesse sentido”, destaca.