Fundos imobiliários: Americanas (AMER3) continua sendo ‘dor de cabeça’ para o MAXR11
Na próxima semana, completa quatro meses que a Americanas (AMER3) informou ao mercado que passava por uma situação financeira delicada ao expor um rombo contábil na companhia.
Dias depois, a gigante do varejo entrou em recuperação judicial e, desde então, criou-se uma fila de credores e um efeito cascata que respingou em fundos imobiliários. Entre eles, o Max Retail (MAXR11), um dos mais expostos à Americanas.
Mais de 60% da receita exposta à AMER3
Com isso, seis imóveis do portfólio do MAXR11 estão alugados para a varejista, em Brasília, Belém, Vitória, Maceió e em Nilópolis, no Rio de Janeiro. De acordo com o relatório gerencial, em março, o segmento lojas de departamentos, dominado pela AMER3, mantinha sua participação de 61,66% nas receitas do FII.
No entanto, na semana passada, o fundo imobiliário atualizou o cenário dessa exposição à Americanas, uma de suas principais inquilinas. No relatório, o MAXR11 afirma que está sem receber R$ 514,1 mil, referente ao aluguel de dezembro de 2022 e vencido desde janeiro.
Entretanto, o FII destaca que a dívida “está sendo tratada como crédito concursal. Ou seja, como um crédito existente no dia do protocolo do pedido de recuperação judicial e sujeito aos efeitos do processo”.
Portanto, a distribuição de rendimentos do fundo divulgada em 7 de fevereiro, relativa a essa competência, foi impactada em R$ 0,44 por cota, ou 100% de inadimplência do aluguel.
Fundo imobiliário se agarra à justiça
Além disso, a Americanas também não fez o pagamento integral dos aluguéis de janeiro e fevereiro deste ano, vencidos entre fevereiro e março.
Sobre o aluguel de janeiro, o fundo explica que o seu administrador, o BTG Pactual, aguarda o parecer final da justiça em relação ao início da recuperação judicial da Americanas para saber o valor real da inadimplência. Como também saber as medidas cabíveis para receber o valor.
Porém, é preciso saber se o montante vencido em fevereiro será tratado como a competência anterior, como concursal. O MARX11 diz que, até o fim de março, a locatária estava inadimplente em 47,57% do aluguel de janeiro.
Contudo, em relação a locação de fevereiro, o fundo diz que deixou de receber a diferença do valor do aluguel, no qual teve reajuste mensal em janeiro, passando para R$ 601,1 mil. O que representa uma diferença de R$ 86,9 mil, resultando em inadimplência mensal de 14,46%.
Segundo o Max Retail, esse montante já está sendo cobrada de forma extrajudicial. Sendo assim, o fundo imobiliário contratou um escritório de advocacia para representá-lo no processo de recuperação judicial da varejista.
Lembrando que, com a recuperação judicial em curso, o fundo está impossibilitado de pedir uma ordem de despejo da Americanas dos imóveis.