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Fundos imobiliários: Alta de mais de 30% do HCTR11 e do DEVA11 põe mesmo fim à crise dos CRIs?

14 jun 2023, 19:50 - atualizado em 15 jun 2023, 12:48
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Eventos envolvendo inadimplência de CRIs cresceu em 2023, pegando em cheio fundos imobiliários de papel (Imagem: Pixabay/1820796)

A valorização recente de fundos imobiliários de papel como Hectare CE (HCTR11), Versalhes Recebíveis (VSLH11), Devant Recebíveis (DEVA11) e Tordesilhas EI (TORD11), entre 16% e 39% em maio, deu a entender que a crise envolvendo a falta de pagamentos de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) havia passado.

Porém, há mais de 50 CRIs com risco de ‘default’ e os eventos de inadimplência envolvendo recebíveis cresceu em 2023.

“São 56 CRIs vencidos e que não foram pagos”, diz o sócio e diretor de investimentos alternativos do Clube FII, Felipe Ribeiro, responsável pelo levantamento em entrevista ao Money Times. Entretanto, ele diz que “não há terra arrasada”.

Inadimplência de CRIs cresceu em 2023

Ribeiro explica que, apesar desses recebíveis vencidos, o valor emitido deles soma pouco mais de R$ 491 milhões. Sendo assim, esse montante, “é pouco”, já que representa menos de 1% do mercado de fundos imobiliários de recebíveis. O mercado primário de CRIs movimentou mais de R$ 50 bilhões em 2022.

“E o valor patrimonial dos fundos imobiliários soma R$ 56 bilhões [dados de abril]. Então, esse volume é pouco”, pondera o executivo do Clube FII.

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Contudo, Ribeiro comenta que, entre o começo de janeiro e meados de maio deste ano, 114 CRIs registraram um ‘default’. Ou seja, atrasaram ou deixaram de pagar a dívida. “Isso faz parte da indústria de crédito”, pondera.

No entanto, ele compara que, em 6 de janeiro, apenas 21 certificados de recebíveis imobiliários estavam vencidos e não foram repactuados. Enquanto em 15 de maio, o número chegou a 56. “É reflexo de um cenário adverso de crédito no mundo”, acrescenta.

Ribeiro reforça que esses 114 CRIs envolvidos em eventos de inadimplência não estão sem pagar. “Isso quer dizer que eles tiveram algum atraso desde 6 de janeiro. Porém, muitos desses recebíveis já foram pagos”, observa.

CRIs em ‘default’ pegou em cheio fundos imobiliários

Os fundos TORD11, VSLH11, DEVA11 e HCTR11 viram-se em uma “enrascada” entre a segunda quinzena de março e o começo de abril, em meio à falta de pagamentos de CRIs por devedores da Forte Securitizadora (Fortesec) em meados de março. Com isso, os valores das cotas derreteram.

À época, o HCTR11 listou 28 instrumentos financeiros em atraso, enquanto o VSLH11 listou 16. Já o TORD11 reportou cinco instrumentos financeiros e por sua vez, o DEVA11 listou calote de 22 operações.

O caso envolvia o grupo gaúcho Gramado Park (GPK) que, após uma decisão judicial, ficou suspenso de pagar recebíveis à Fortesec por dois meses.

No entanto, as operações reportadas pelos quatro fundos imobiliários envolviam CRIs da GPK, que eram emitidos pela securitizadora. Semanas depois, o grupo entrou com pedido de recuperação judicial.

Uma reportagem do UOL calculou que, com o imbróglio, os quatro FIIs perderam R$ 343 milhões na reta final do primeiro trimestre e o prejuízo atingiu 500 mil cotistas.

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