Fundos imobiliários: 5 pontos de atenção para 2023, na visão de gestores
A expectativa é que 2023 seja um ano desafiador para a economia e, consequentemente, para alguns investimentos como os fundos imobiliários. A informação não é nova, mas com o primeiro mês do ano chegando ao fim, é possível ver que sinais dados anteriormente estão se materializando.
Diante disso, mais de 20 gestores listaram alguns temas que são pontos de atenção para os FIIs nos próximos meses, como mostra um levantamento realizado pela Empiricus Research. O estudo ouviu 22 gestores que compartilharam visões da indústria de fundos para 2023.
O que mais é preocupante para fundos imobiliários em 2023?
Entre os entrevistados, o assunto que mais preocupa, 45,24% dos gestores, é o endividamento dos fundos. Os analistas de real estate da Empiricus e responsáveis pela pesquisa, Caio Araujo e Pedro Niklaus, avaliam que isso tem relação direta com a manutenção da taxa de juros em patamar elevado.
“Muitos FIIs tomaram dívidas nos últimos anos em busca de ampliar o portfólio de imóveis. Com as novas emissões no mercado de capitais em ritmo lento, há uma atenção especial envolvendo liquidez desses fundos”, observam.
Em seguida, vem a preocupação com o nível de ocupação dos fundos de tijolo, citado por 21,43% dos gestores. Araujo e Niklaus acrescentam que esses FIIs registram altas taxas de vacância nos principais centros do Brasil, especialmente no segmento de lajes corporativas.
Os outros temas citados foram inadimplência dos fundos, uma preocupação de 19,05% dos entrevistados; regulação, lembrada por 9,52% e por último, 4,76% dos gestores citaram a governança entre os cinco principais temas que requerem mais atenção ao longo do ano.
Atenção com FIIs e com o Brasil
Entre as oito perguntas feitas aos gestores, o estudo da Empiricus quis saber o sentimento com o cenário macroeconômico brasileiro este ano. Os dois assuntos mais citados vêm sendo alertados por economistas e analistas há alguns meses, principalmente, em relação aos impactos nos ativos financeiros.
Com isso, 34,09% dos entrevistados citaram a política fiscal e, na sequência, a inflação e a taxa de juros como principais gatilhos para a indústria de FIIs..
“Tendo em mente os impactos nos fundos imobiliários, a dinâmica de política fiscal larga na frente como principal ponto de atenção, especialmente pela ausência de uma nova âncora fiscal neste momento”, dizem os analistas da Empiricus.
Seguido da inflação e de juros, dois fatores com alta influência no desempenho dos mercados, 18,18% dos gestores citaram preocupações com a reforma tributária. Enquanto 6,82% citaram políticas públicas e efeitos de uma possível recessão global.
Levantamento
Como pré-requisito para participar da pesquisa da Empiricus, foram selecionadas apenas casas que têm áreas estratégicas de alocação em FIIs, por meio de veículos listados (fundos de fundos, multiestratégia ou hedge funds) ou privados.
Participaram do levantamento: Alianza Investimentos, BTG Pactual, Canuma Capital, Capitânia Investimentos, Credit Suisse, Devant Asset, Galapagos Capital, Hedge Investments, Kinea Investimentos, Mauá Capital, Mérito Investimentos, Navi Capital, RB Capital Asset, RBR Asset Management, Real Investor, REC Gestão, Rio Bravo Investimentos, Safra Asset Management, SPX SYN, Tellus, Valora Investimentos e Vinci Partners.