Fundos de Investimento

Fundos de investimentos têm pior saldo dos últimos 5 anos, mas renda fixa se salva

06 out 2022, 15:25 - atualizado em 06 out 2022, 15:25
Fundos de Investimentos
Fundos de investimentos tiveram saída líquida de R$ 17,1 bilhões entre janeiro a setembro de 2022. (Imagem: Shutterstock)

Os fundos de investimentos viram mais dinheiro sair do que entrar em setembro e registraram retiradas líquidas de R$ 17,1 bilhões nos últimos nove meses, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado é o pior dos últimos cinco anos.

No mesmo período do ano passado, a indústria brasileira de fundos havia reportado captação líquida de R$ 414,7 bilhões.

Mesmo com queda de 60,4% na captação líquida dos fundos de renda fixa, na comparação com o mesmo período de 2021, a classe acumulou saldo líquido positivo de R$ 94,7 bilhões de janeiro a setembro.

“O desempenho dos fundos foi impactado por diversos fatores, como a corrida eleitoral, a escalada da inflação, a crescente aversão ao risco e, consequentemente, o aumento da atratividade de produtos de renda fixa isentos de imposto de renda, como os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)”, disse Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.

Os fundos de ações e os fundos multimercados tiveram saídas líquidas de R$ 57,9 bilhões e R$ 79,7 bilhões, respectivamente.

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Renda fixa

A maioria dos fundos de renda fixa teve rentabilidade positiva no acumulado do ano, com retornos próximos à taxa DI, que fechou o mesmo período em 8,9%.

O destaque foi o tipo duração baixa crédito livre (pode manter mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco de crédito do mercado doméstico ou externo), com 9,9% de retorno.

Os tipos dívida externa (investem no mínimo 80% em títulos da dívida externa da União) e investimento no exterior (investem ao menos 40% no exterior), no entanto, apresentaram rentabilidade negativa de 11,2% e 6,2%, respectivamente.

Multimercados e ações

Quase todos os fundos multimercados registraram retorno positivo no acumulado de 2022.

O melhor desempenho foi o do tipo long and short neutro (faz operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável), que rendeu 20,6% no período.

A exceção foi o capital protegido (busca retornos em mercados de risco procurando proteger o principal investido), que acumulou rentabilidade negativa de 10,7% de janeiro a setembro.

Nos fundos de ações merece destaque o tipo monoação (investem em apenas uma empresa), com retorno de 22,9%.

Vale também a menção  ao rendimento de 20,07% nos FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Participação-Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que possibilitam o uso do FGTS em investimento em estatais em processo de privatização.

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