Fundos de investimento: Resgates líquidos batem R$ 64 bilhões em maio; saiba quem leva a pior

A indústria de fundos de investimentos viu mais dinheiro sair do que ser aplicado em maio e o total dos resgates líquidos no mês foi de R$ 64 bilhões.

No acumulado do ano, o valor detido pelos fundos foi de R$ 94 bilhões para apenas R$ 30 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Anbima nesta terça-feira (7).

Na comparação com o ano passado, o saldo acumulado até maio foi de R$ 206,1 bilhões.

Para a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, o resultado foi influenciado pelos resgates líquidos das três principais classes do setor: renda fixa, multimercados e ações.

Quem levou a pior?

Os fundos de renda fixa fecharam no vermelho pela primeira vez no ano, com saída líquida de R$ 22,3 bilhões. Mas não se deixe enganar tão somente por esse dado isolado.

A performance da renda fixa em maio é consequência de movimentações de apenas dois fundos dos tipos simples e duração baixa soberano.

Com os juros em níveis elevados, os fundos de renda fixa seguem atrativos e somam R$ 98 bilhões de captação líquida em 2022.

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Economistas do Credit Suisse e BNP Paribas estão entre aqueles que esperam que a taxa básica de juros, agora em 12,75%, encerre o atual ciclo de aperto monetário em 14,25% ou próximo disso, igualando seu último pico em 2016.

Quem de fato continua levando a pior são os fundos de ações. Com os juros em 12,75% ao ano, as ações completam cinco meses de retiradas de recursos e, desde o início deste ano, o patrimônio líquido da classe diminuiu 11,6%.

Em maio de 2021, quando a taxa Selic estava em 3,5% ao ano, o patrimônio líquido dos fundos de ações havia aumentado 12,2% de janeiro a maio.

Ações X Multimercados

A captação líquida dos fundos de ações em maio foi negativa, na ordem de R$ 9,4 bilhões.

A maior parte (R$ 4,7 bilhões) é resultado da saída registrada pelo tipo ações livre, que não tem no seu mandato compromisso concentrado em uma estratégia específica.

No ano, até maio, os fundos de ações apresentam saída líquida de R$ 47,4 bilhões.

Na outra ponta, os fundos multimercados que carregam tanto posições em renda fixa quanto em renda variável, registraram saída líquida de R$ 12,2 bilhões no mês passado.

No acumulado do ano, a classe tem saldo negativo de R$ 55 bilhões – em média, nesse período, saíram R$ 11 bilhões líquidos por mês contra uma entrada média de R$ 14,2 bilhões nos primeiros cinco meses de 2021.

Disclaimer

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