Fundos de crédito privado atraem investidoras
Por Carol Sandler, sócia da Ella’s Investimentos
Mulheres são investidoras conservadoras.
Esquece de renda fixa com Selic a 5%.
Renda fixa é só CDI.
Existem tantos clichês no mercado financeiro que dá para brincar de jogo dos sete erros.
O que mais me fascina é confrontar estes mitos todos com a realidade das investidoras brasileiras. Como criadora do Finanças Femininas e, mais recentemente, sócia da Ella’s Investimentos, tenho um assento privilegiado para observar os interesses e conhecer as carteiras de tantas e tantas mulheres.
Tenho visto algo espetacular: cada vez mais mulheres em busca de aplicações mais complexas e com rentabilidade melhor. Esquece aquela história de investidora conservadora, que opta pela previdência privada e poupança. O que as mulheres querem são os fundos de crédito privado.
Quer um investimento mais interessante nestes tempos de Selic baixa? Os fundos de crédito privado precisam ter, no mínimo, 50% da carteira aplicada em títulos de crédito privado (não contam títulos públicos, como o Tesouro Direto). LCIs, LCAs, CDBs, debêntures e notas promissórias. Por estarmos falando de emissores que apresentam maior risco que o governo, conseguimos ver taxas de retorno muito superiores à do CDI.
Quer saber o número? Existem fundos no mercado que estão rendendo 150% do CDI.
A palavra-chave aqui é diversificação. Como estamos falando de fundos com uma gama grande de ativos, o risco total do fundo diminui. Existe uma variedade enorme de fundos disponíveis hoje, focados nos diferentes setores da economia. Com a expectativa da retomada do crescimento com juros baixos e inflação sob controle, temos um cenário benigno para o crédito privado.
Mas existem outras vantagens. Com gestão ativa, é possível investir em fundos com gestores experientes do mercado e que vão operar através da compra e venda dos papeis, em busca de oportunidades, além do recebimento dos juros. Além disso, os gestores podem buscar oportunidades fora do mercado de crédito privado nos 50% restantes da carteira para contrabalançar os riscos assumidos.
Dada a enorme variedade de fundos desta modalidade disponíveis hoje no mercado, o investidor (e a investidora) tem muitas opções. Mas é importante destacar: trata-se de um tipo de fundo para quem tem o perfil moderado.