Investimentos

Fundos de ações renderam mais em 2021 do que em duas décadas

25 nov 2021, 16:15 - atualizado em 25 nov 2021, 16:15
A combinação de dinheiro barato e uma economia emergindo da pandemia definiu o cenário de um rali imparável (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly/File Photo)

Se houver uma única estatística para capturar o apetite insaciável por ações este ano, é a soma de dinheiro que foi para os fundos de ações.

Os investidores injetaram quase US$ 900 bilhões em ETFs e fundos long-only em 2021 – excedendo o total combinado dos últimos 19 anos – de acordo com analistas do Bank of America e EPFR Global.

É um dado que ressalta o quão extraordinário e recorde tem sido este ano.

A combinação de dinheiro barato e uma economia emergindo da pandemia definiu o cenário de um rali imparável, com comércio varejista frenético e a falta de outras boas opções de investimento colocando lenha na fogueira.

O rali deixou as ações dos EUA oscilando em valuations recordes e até mesmo alguns analistas de Wall Street estão se tornando baixistas para o próximo ano. Para os investidores, o debate continua a ser sobre a rapidez com que os bancos centrais elevarão os juros para combater a inflação e como isso poderia prejudicar o crescimento econômico.

Um possível sinal de nervosismo: os investidores retiraram dinheiro de fundos de ação apenas duas vezes este ano, e a segunda foi na semana passada. Os fundos de ações tiveram saídas de US$ 2,7 bilhões na semana até 23 de novembro, de acordo com o BofA.

Outros destaques do relatório do BofA:

  • A quantidade de dinheiro entrando no mercado de ação ofuscou qualquer outra coisa neste ano. Os fundos de títulos atraíram apenas US$ 496 bilhões e os fundos money market receberam cerca de US$ 260 bilhões.
  • Os ETFs continuam a ser o produto preferido. Absorveram US$ 785 bilhões este ano, em comparação aos cerca de US$ 108 bilhões para fundos long-only
  • Os setores de ações que viram investimentos recordes em 2021 incluem financeiro, consumidor, energia, materiais, imobiliário e infraestrutura. Tecnologia e saúde tiveram seu segundo melhor ano.