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Fundos de ações: Entenda como funciona esse investimento

05 dez 2021, 10:00 - atualizado em 03 dez 2021, 15:03
Ações Mercados
Apesar de também investir em ações, há questões próprias a se considerar antes de aplicar nesses investimentos (Imagem: Pixabay)

Os fundos de ações fazem parte da classe de investimentos de fundos, que é bastante ampla e diversa, sendo aqueles com maior exposição à renda variável

Apesar de também investir em ações, há questões próprias a se considerar antes de aplicar nesses investimentos, que são muito diferentes de comprar a ação de uma empresa. 

Quer entender mais sobre como dar os primeiros passos para investir nesses ativos? Acompanhe esta matéria do Money Times

O que são fundos de ações?

Os fundos de ações são ferramentas do mercado que possibilitam o investimento em ações através de fundos de investimento. Ou seja, um conjunto de pessoas fornece um montante de dinheiro para uma equipe de gestão, a qual será responsável por administrar esse valor, investindo em diferentes ativos.

Para ser definido, especificamente, como um fundo de ações, é necessário que ao menos 67% do patrimônio do fundo seja alocado em cotas de ações. Essas cotas podem ser bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósitos de ações, cotas de fundos de ações, cotas dos fundos de índice de ações e BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

Categorias de fundos de ações

Dentro do universo de fundos que investem majoritariamente na classe das ações, há uma enorme gama de possibilidades de carteiras para construir. Segundo a Anbima, esses fundos são primeiramente classificados em categorias de gestão. 

Categorias – nível 2

Existem fundos indexados, que têm como objetivo replicar as variações de indicadores de referência do mercado de renda variável, enquanto os recursos remanescentes em caixa devem estar investidos em cotas de fundos de renda fixa. Os fundos ativos buscam superar um índice de referência, também chamado de benchmark.

Há também fundos específicos que adotam estratégias de investimento ou possuam características específicas tais como condomínio fechado. E, por fim, os fundos de investimento no exterior, que investem uma parcela superior a 40% do patrimônio líquido em ativos no exterior. 

Subcategorias – nível 3

O próximo nível de classificação é de estratégia de gestão dos fundos ativos, ou seja, daqueles que são atrelados a um índice de referência. Os níveis definidos pela Anbima são: 

  • Estratégia de crescimento/valor: Fundos que buscam retorno por meio da seleção de empresas cujas ações esteja abaixo do “preço justo” estimado e/ou aquelas com histórico e/ou perspectiva de continuar com forte crescimento de lucros, receitas e fluxos de caixa em relação ao mercado.
  • Estratégia de setoriais: Fundos que investem em empresas pertencentes a um mesmo setor ou conjunto de setores afins da economia.
  • Estratégia de dividendos: Fundos que investem em ações de empresas com histórico de dividend yield (renda gerada por dividendos) consistente ou que apresentem essas perspectivas.
  • Estratégia de small caps: Fundos compostos com pelo menos 85% em ações de empresas que não estejam incluídas entre as 25 maiores participações do IBrX – Índice Brasil, ou seja, ações de empresas com relativamente baixa capitalização de mercado.
  • Estratégia de ESG: fundos que investem em empresas que apresentam bons níveis de governança corporativa, ou que se destacam em responsabilidade social e sustentabilidade empresarial no longo prazo.
  • Estratégia de índice ativo: Fundos que têm como objetivo superar o índice de referência do mercado acionário.
  • Estratégia livre: Fundos sem o compromisso de concentração em uma estratégia específica. A parcela em caixa pode ser investida em quaisquer ativos.

Rendimento dos fundos de ações

Da mesma forma que os demais fundos de investimento, os fundos de ações são montantes coletivos que rendem de forma conjunta. Os lucros são distribuídos entre os participantes de forma proporcional ao valor investido. 

O total do valor investido por todos que possuem uma cota do fundo é o patrimônio do mesmo, ele é administrado por um gestor ou uma equipe de gestão profissional. Quando a gestão consegue um resultado positivo sobre o patrimônio total, as cotas do fundo valorizam, e o contrário também pode acontecer.

Por se tratar de um conjunto de ações, o valor investido acompanha a variação de preços do mercado. Vale lembrar que as ações são investimentos de renda variável, e portanto podem sofrer variações bruscas de valor, por sua alta volatilidade. Por isso, quem for investir nesses fundos precisa ter consciência do risco da aplicação. 

Como funcionam os fundos de ações?

O fundo também possui custos de manutenção, que é a remuneração da equipe de gestão do patrimônio. Todos os fundos de ações possuem uma taxa de administração, cobrada sobre o patrimônio investido. As informações sobre essa cobrança são divulgadas como um percentual anual, mas a cobrança acontece diariamente, de forma proporcional. 

Além disso, há uma taxa de performance que existe em alguns fundos de gestão ativa (que será explicado a seguir). Esse valor é um bônus anual da gestão, e é um percentual do valor de rentabilidade que superou a meta do fundo. 

Há incidência de Imposto de Renda sobre os fundos de ações: eles são 15% sobre a rentabilidade anual do fundo. Ou seja, se o patrimônio rendeu 10% no ano, será cobrado 15% de IR sobre esse valor. Além disso, há cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para resgates em um período inferior a 30 dias, mas essa cobrança pode variar dependendo do prazo. 

Também é importante dividir os fundos em dois grandes grupos: gestão ativa e gestão passiva. O primeiro possui uma equipe responsável pelos ativos e tem como objetivo superar algum índice de referência do mercado, ou obter um determinado retorno líquido. Já a gestão passiva apenas acompanha a rentabilidade do índice de referência, que é considerado seu benchmark. 

O benchmark é um indicador fixo de qualquer fundo, uma característica própria dele que deve ser conferida antes de tomar a decisão de investimento. Ele é o parâmetro de referência da carteira.

Os fundos de ações podem adotar, por exemplo, o Índice Bovespa como benchmark, por ser o principal índice da Bolsa de Valores brasileira. Assim, a gestão do fundo irá tomar decisões de investimento (compra e venda de ativos) com o objetivo de alcançar ou superar a rentabilidade do Ibovespa. 

Como investir em fundos de ações?

Antes de começar a investir em fundos de ações, é importante que o investidor faça duas análises: sobre sua própria situação financeira e o apetite ao risco; e acerca das condições de investimento do fundo. 

Primeiramente, é preciso ter em mente que se trata de um investimento de renda variável, com taxas de administração e performance que podem ser consideradas altas, dependendo do investidor. É preciso avaliar se há disponibilidade para se expor ao risco do ativo, assim como de pagar as taxas. 

A maioria dos fundos também possuem uma aplicação mínima, que considera o valor de cada cota, ou de uma fração dela. Esse valor mínimo pode variar de R$ 500 a R$ 50 mil ou mais, para investidores qualificados. 

É importante considerar também o histórico da performance do fundo, assim como a liquidez do mesmo. A liquidez considera a possibilidade de resgate imediato do valor aplicado. Além disso, também é possível comparar os dados do fundo de ações com outros fundos disponíveis no mercado através de algum site ou ferramenta de comparação.