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Fundo Verde: Liquidez global dá passe livre ao Brasil para não fazer reformas (por ora)

06 out 2017, 14:16 - atualizado em 05 nov 2017, 13:53

Embora questione a sustentabilidade do crescimento econômico no médio prazo, a equipe do Fundo Verde, do gestor Luis Stuhlberger, entende que o ambiente de farta liquidez global enfraquece o imediatismo por reformas no Brasil em um cenário de descolamento entre economia e política.

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“No curto prazo as coisas de fato estão melhores e o cenário político praticamente não importa, pelo menos pelos próximos dois trimestres. O fato de o governo Temer ser o mais impopular da história é irrelevante, e a liquidez global dá ao Brasil passe livre para não fazer reformas (por ora)”, diz o relatório da gestora enviado a clientes nesta sexta-feira (6) com o balanço de setembro.

Além de salientar o avanço na confiança do consumidor e do empresariado concretizando os sinais de um “ritmo mais forte” da economia, a carta do Verde enfatiza a queda da inflação de alimentos com o juro básico caminhando para 7%, “talvez até abaixo”.

“Neste contexto, continuamos a manter o portfólio bastante alocado em juro real, mas também zeramos a maior parte dos hedges do nosso portfólio de ações brasileiras.” Em setembro, o Fundo Verde subiu 0,51% ante alta de 0,64% do CDI. No acumulado do ano, os ganhos somam 5,45%, contra 8,05% apurados pelo CDI.

Ações

As posições em ações (tanto global quanto no Brasil) contribuíram positivamente para o desempenho em setembro. A equipe do Verde interpreta que ainda é possível encontrar boas companhias a valuations razoáveis, principalmente nos setores financeiro, energia elétrica, shoppings, consumo discricionário e saúde.

Ainda sobre a Bolsa, eles ressalvam que “o mercado, como de praxe, exagera no otimismo, e os múltiplos da maioria das ações já refletem não só melhora de crescimento, mas também forte alavancagem operacional e pricing power por parte das empresas. Muitas delas não conseguirão entregar, e isso ficará claro nos próximos anos”.