Commodities

Fundo vê desafios para minério de ferro e exclui Rio Tinto

29 jun 2021, 7:30 - atualizado em 29 jun 2021, 7:31
Mineração
A decisão de excluir a mineradora ocorre apesar dos preços do minério estarem em níveis historicamente altos, acima de US$ 200 a tonelada (Imagem: Pixabay/stafichukanatoly)

O gigante de investimentos T. Rowe Price excluiu a Rio Tinto de seu Australian Equity Fund pela primeira vez, citando os crescentes obstáculos no mercado global de minério de ferro.

A decisão de excluir a mineradora ocorre apesar dos preços do minério estarem em níveis historicamente altos, acima de US$ 200 a tonelada, e menos de dois meses depois de atingirem recorde, aumentando os lucros da Rio Tinto e de rivais como BHP e Fortescue Metals.

O mercado atingiu o pico com o aumento da oferta do Brasil e crescimento mais moderado na China, o que deve provocar retração no restante do ano, disse Tom Shelmerdine, analista de investimentos do T. Rowe Price.

A Fortescue Metals também foi excluída do fundo, aberto há dez anos e que registrou retorno anualizado de 8,14% nos últimos três anos, disse.

“Não temos nenhuma exposição direta com foco exclusivo no minério de ferro no portfólio no momento”, disse Shelmerdine em entrevista. No entanto, o fundo australiano ainda detém algumas ações da BHP, o que oferece uma exposição mais diversificada ao metal, disse

A campanha de descarbonização da China também terá impacto sobre exportadores de minério no longo prazo, em parte por incentivar o maior uso de sucata pela indústria do aço, disse Shelmerdine. Nesse contexto, os esforços das mineradoras para diversificar foram inteligentes, destacou.

“Pela mesma razão que a Fortescue busca entrar em energias renováveis por meio da Fortescue Future Industries, a Rio vai tentar reimplantar capital em áreas como o cobre e está olhando para Jadar, que é um projeto de lítio na Sérvia. Acho que veremos muito mais disso com a Rio.”

Shelmerdine disse estar otimista com as perspectivas de matérias-primas essenciais para baterias, como cobre, níquel e lítio, à medida que a transição para a energia limpa ganha força.

“Estamos muito otimistas do lado da demanda por cobre no médio prazo e manifestamos isso por meio de nosso portfólio”, disse. Parte disso é por meio da exposição à BHP, bem como à OZ Minerals, que tem um grupo de ativos australianos na parte mais baixa da curva de custo, explicou Shelmerdine.