Fundo imobiliário perde inquilino em região “desafiadora”; Índice volta a subir
O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 opera em alta no pregão desta sexta-feira (23), após dois dias de queda. Porém, novamente, sem máximas históricas.
Por volta das 13h30 (de Brasília), o Ifix subia 0,19%, aos 3.360 pontos. A máxima histórica no movimento intraday continua sendo os 3.362 pontos, alcançados na quarta-feira.
Com o desempenho de hoje, o índice caminha para encerrar a semana em alta.
Entre os mais de 100 FIIs listados, o XP Properties (XPPR11) de novo lidera as altas (+1,5%) e encerrará a semana com o melhor desempenho.
Por outro lado, o BRPR Corporate Offices (BROF11) tinha a maior queda no horário acima, de 1%.
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Decisão de inquilino leva fundo imobiliário a aumentar vacância
O fundo REC Renda Imobiliária (RECT11) informou ao mercado que perdeu um inquilino em uma região considerada desafiadora para lajes corporativas.
Em comunicado, o FII explica que rescindiu o contrato de locação com a empresa de soluções em pagamentos Harapay.
Em fevereiro do ano passado, a Harapay alugou 50% do 16º andar da Torre Norte, bloco B, no edifício Canopus Corporate Alphaville, em Barueri (SP). Contudo, em janeiro, o RECT11 comunicou que a empresa estava inadimplente com os valores do aluguel.
Diante da devolução da área de 568 metros quadrados, a taxa de vacância do fundo imobiliário sobe para 11,03%. Porém, sem impactar a distribuição de rendimentos.
No começo deste mês, o REC Renda Imobiliária havia informado sobre a devolução da sala 805 na Torre B do Centro Empresarial Parque da Cidade, em Brasília, pelo Instituto de Tecnologia e Inovação para a Transição Energética.
No entanto, nem tudo está ruim para o FII. No mês passado, a Elo renovou a locação de seis andares e quatro salas no condomínio Evolution Corporate, também em Alphaville, por mais dois anos. A área alugada soma quase 12,3 mil metros quadrados.
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Barueri é área ‘desafiadora’ para lajes corporativas
Na contramão de regiões como das avenidas Brigadeiro Faria Lima, Presidente Juscelino Kubitschek (JK), Engenheiro Luís Carlos Berrini e Doutor Chucri Zaidan, Barueri vem sendo uma pedra no sapato do mercado imobiliário e de fundos de lajes corporativas com o alto índice de vacância física.
O sócio e gestor de fundos imobiliários de tijolo da Kinea, Carlos Martins, comenta que a taxa de vacância é um ponto importante para monitorar. Diante disso, ele diz que a região de Alphaville é um desafio.
Com demanda aquecida, é hora de apostar em FIIs de escritórios?
“Qual é o problema? As empresas foram para lá porque o aluguel era barato e tinha vantagens fiscais. Porém, elas perderam funcionários. A pessoa mora na zona leste de São Paulo e ir até Alphaville precisa sair bem mais cedo de casa, não tem trem, o trânsito é muito ruim”, diz, acrescentando que isso leva funcionários a trocarem de emprego “na primeira oportunidade”. Com isso, muitas dessas empresas fizeram o caminho de volta para a capital paulista.
Martins reforça que há muita disponibilidade de lajes em Barueri, porém, não há tanta demanda. “Tem bons produtos e não conseguimos visualizar no curto prazo empresas querendo alugar imóveis lá. É bom evitar [a região]”, acrescenta.
*As cotações citadas são do site Investing.com