Fundo imobiliário muda estratégia e aumenta dividend yield para 15%; alta da Selic pode ajudar ainda mais
O Brio Multiestratégia (BIME11), fundo imobiliário gerido pela Brio Investimentos, colhe os frutos de uma mudança estratégica em sua carteira. A realocação elevou o dividend yield (DY) anual do FII para 14,9% sobre a cota ao final de agosto.
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A gestão, liderada por Jefferson Honório, sócio da Brio, realizou trocas de papéis high grade por high yield do portfólio nos últimos meses, ou seja, trocou os papéis que ofereciam mais segurança, porém com retornos mais modestos, para os que oferecem maior retorno, mas com mais risco. Além disso, a gestão otimizou a duração média das operações investidas, que passou de 4,1 anos para 2,2 anos.
O fundo gerou em agosto resultado caixa equivalente a R$ 0,091 por cota e anunciou a distribuição de rendimento de R$ 0,085 por cota em setembro, o que representa um DY de 12,6% sobre a cota patrimonial no dia 30 de agosto. A distribuição de dividendos foi realizada na última sexta-feira (13).
Desta forma, a configuração da carteira está em 70% em CRIs, 20% em FIIs e 10% em permuta, tese de investimento considerada carro-chefe da casa, em que a Brio Investimentos, através dos seus fundos, adquire terrenos em bairros nobres da cidade de São Paulo e recebe participação na venda dos empreendimentos junto com as incorporadoras.
No relatório gerencial de agosto, publicado recentemente, a gestão avalia ainda que, até o final de 2024, R$ 0,085 por cota é um patamar confortável de distribuição.
Como ficam os fundos multiestratégia com a alta da Selic?
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (18) a sexta decisão do ano sobre a taxa Selic. O colegiado do Banco Central decidiu pelo aumento de 0,25 pontos-base. Desta forma, o BC volta ao aperto monetário.
Segundo Honório, a gestora entende que o ciclo de alta da Selic pode ser prolongado, dependendo da resposta fiscal do governo, e que essa trajetória de juros elevados afeta diretamente o desempenho dos FIIs.
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“Em um cenário positivo, caso esse ciclo de alta seja bem sucedido, podemos ter uma reancoragem das expectativas futuras e um nível de juros de longo prazo mais baixos, com reflexos positivos para os fundos imobiliários de um modo geral”, pondera o executivo.
No curto prazo, porém, ele avalia que os FIIs que investem em ativos de crédito sólidos devem se sair melhor em meio à incerteza. “Em um ambiente de alta de juros, os ativos de crédito tendem a apresentar uma resiliência maior, ao passo que em momentos de redução de juros, os fundos de tijolo tendem a apresentar melhores resultados via ganho de capital”, diz.