Fundo eleitoral e tempo na TV: quanto “vale” cada partido?
Você já deve ter se questionado sobre quanto é gasto, em tempo e dinheiro, com a propaganda obrigatório e como cada partido consegue seu espaço para divulgar seus candidatos. Talvez a ideia de um fundo único ou a divulgação através da mídia convencional pareça distante, já que muitos políticos conseguem seu espaço através da internet, mas a verdade é que aparecer na TV ainda é uma vantagem para alguns partidos.
Buscando “precificar” os diversos partidos que fazem parte da corrida eleitoral, a corretora Spinelli divulgou uma pesquisa realizada pelo seu economista-chefe André Perfeito e o estagiário Gabriel Ribeiro Machado. “Buscamos aqui ver o comportamento dos dois principais partidos do país no sentido da representação ideológica á esquerda e a direita, a saber, PT e PSDB buscando avaliar se estes estão bem posicionados na disputa e qual a estratégia mais provável destes,” diz André.
A pesquisa faz uma comparação entre governadores, deputados, senadores, vereadores e prefeitos eleitos por PSDB e PT desde 2004. Nessas situações, a pesquisa mostra que ambos os partidos sofreram algum tipo de declínio: o número de governadores tucanos caiu de 2010 para 2014, enquanto senadores, prefeitos e vereadores petistas caíram depois de 2012.
Coligações também fazem parte do jogo político, então é justo que eles passem pela análise: no caso, as coligações envolvendo PT e PSDB foram consideradas. No gráfico, foram considerados o número de governadores eleitos, levando em conta as coligações partidárias para presidente. As linhas mostram que o desempenho com coligações é melhor, mas não salva nenhum dos partidos de uma queda como a de 2014.
Mas o foco da pesquisa é mesmo o fundo eleitoral e o tempo de TV: neste ano, o PT é o partido que terá mais tempo para vender suas ideias, com pouco mais de 63 segundos. Já o MDB terá 61″57, o PSDB terá 51″15, o PP terá 36″, o PSB terá 32″21, o PRB terá 19″89 e o DEM terá 19″89. No caso de coligação para eleições majoritárias, o tempo total é resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos.
Já o fundo eleitoral, que foi aprovado pelo TSE em 2018, deve distribuir R$1,7 bilhões entre os partidos. Desse valor, 2% são divididos igualmente entre todos os 35 partidos com registro no TSE; outros 35% são divididos entre legendas com ao menos um integrante na Câmara dos Deputados, na proporção de votos conquistados durante a última eleição; 48% são divididos entre partidos de acordo com o número de deputados na Câmara; os outros 15% são distribuídos entre partidos com a proporção de senadores. Obviamente, partidos maiores têm acesso a uma fatia maior do fundo, sendo o PT e o PSDB os partidos que mais se beneficiam.
“Observando o impacto do MDB nas coligações, contando com a maior base municipal e estadual, podemos mensurar sua importância. Seu apoio é fundamental para impulsionar as chances de se eleger como presidente do Brasil”, conclui André Perfeito. “observar de que lado ficará o MDB, e qual coligação apresentará a maior base eleitoral é de extrema importância nessas eleições.”