Fundo do poço: Desvalorização do real chega a 20% em 2024; queda se assemelha a do peso argentino
Um levantamento divulgado pela Quantum Finance mostrou que o real e o peso argentino desvalorizaram mais de 20% em relação ao dólar em 2024. No Brasil, a moeda americana superou o patamar dos R$ 6 pela primeira vez desde a criação do Plano Real.
O cenário externo, com eleições presidenciais e juros elevados nos Estados Unidos (EUA), fortaleceram o dólar pelo mundo. Na América Latina, fatores internos de cada país também influenciaram a flutuação da taxa de câmbio.
A crise econômica da Argentina, com a inflação beirando os 166% nos últimos 12 meses, aprofundou a desvalorização do peso, que foi a maior da região com 20,47%. Impactado pela incerteza com as contas públicas, o real vem em seguida, com uma desvalorização de 20,02%.
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Real desvaloriza mais do que a maioria das moedas vizinhas
A Quantum compara o desempenho do real com outras moedas da América Latina e cita os movimentos realizados pelo governo e pelo Banco Central do Brasil (BC) para remediar a economia. O desempenho do real em 2024 é o pior desde 2020. De lá para cá, a moeda brasileira caiu cerca de 33%.
Os analistas ressaltam que as dúvidas sobre a capacidade do governo em cumprir com as metas do arcabouço fiscal fizeram investidores olharem com mais cautela para os próximos passos do BC, que voltou a subir o patamar da Selic.
Na comparação com outros países, a desvalorização do real supera as registradas no Peru (1%); Chile (9,71%); Colômbia (11,63%); e México (16,43%), que teve o terceiro pior desempenho.
O peso mexicano afundou após a vitória de Claudia Sheinbaum, do partido Morena. Segundo a Quantum, o resultado deixou investidores em alerta com a possibilidade de implementação de reformas consideradas radicais no país.
No caso da Argentina, o peso desvalorizou 94% nos últimos quatro anos. A Quantum cita as reformas econômicas propostas pelo governo de Javier Milei, que “pintou um quadro de recuperação.”
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