Fundo do BTG se une a parceiro canadense em oferta por unidade da Oi
O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) associou-se a um fundo gerido pelo Banco BTG Pactual SA (BPAC11) para apresentar oferta vinculante pela unidade de fibra ótica da empresa brasileira de telecomunicações Oi, segundo pessoas a par do assunto.
A unidade, batizada de InfraCo, deve receber outras duas outras ofertas vinculantes, uma da Highline do Brasil, subsidiária local da Digital Colony, e outra da Ufinet, empresa da qual a italiana Enel possui uma fatia, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões não são públicas.
A Oi (OIBR3) planeja vender até 51% de sua subsidiária por um valor de no mínimo R$ 20 bilhões para a empresa inteira.
O CPPIB, o BTG, a Oi e a Digital Colony não quiseram comentar. A Ufinet não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.
A Oi tem trabalhado para vender ativos durante sua recuperação judicial, que começou em 2016, e levantou R$ 1,4 bilhão com a venda de torres e data centers no ano passado.
Também anunciou a assinatura de um acordo com a agência reguladora do Brasil, Anatel, reduzindo pela metade as multas que precisa pagar, para R$ 7,2 bilhões.
Em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro aprovou a venda da unidade de telefonia móvel da empresa para a Telefonica, Telecom Italia SpA e America Movil SAB por R$ 16,5 bilhões, negócio que ainda precisa da aprovação do regulador Anatel e do órgão antitruste Cade.
O preço mínimo de R$ 20 bilhões para a InfraCo é “apenas um começo” e foi definido depois que a operadora de telecomunicações recebeu muitas propostas não vinculantes, disse o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, em entrevista em agosto do ano passado.
Na ocasião, ele disse que vê “enormes” perspectivas de crescimento para a empresa, acrescentando que ela pode ser avaliada em até R$ 30 bilhões.
Após receber as propostas vinculantes para a InfraCo, no dia 22 de janeiro, a Oi vai agendar um leilão para vender o ativo.
A maior operadora de telefonia fixa do Brasil está tentando promover uma grande reestruturação da dívida desde o pedido de recuperação judicial em 2016.
Os recursos com seus desinvestimentos serão usados para pagar dívidas e financiar a expansão de sua rede de fibra de banda larga.