Fundo de US$ 450 bi dono do PSG quer clube na Premier League
CEO de fundo soberano de US$ 450 bilhões do Catar disse que pretende usar as turbulências econômicas para reequilibrar o seu portfólio. A declaração foi feita durante entrevista para a Bloomberg TV, em painel do Fórum Econômico Mundial.
Na mira de Mansoor Al Mahmoud, que ocupa a chefia do fundo desde 2018, estão oportunidades em empresas de tecnologia, instituições financeiras e particularmente clubes esportivos.
Através da subsidiária Qatar Sports Investments (QSI), a QIA se tornou dona da Paris-Saint Germain (PSG) e detém cerca de 20% do Sporting Clube Braga, time de Portugal.
Agora, o fundo soberano quer aproveitar a desvalorização da libra esterlina ante o dólar para aportar investimentos em um time da Premier League, transformada na liga mais cara do mundo.
Segundo a imprensa britânica, as conversas mais avançadas ocorrem com o clube londrino Tottenham Hotspur. A negociação envolveria uma aquisição de 15% do time, gerando uma entrada de até 300 milhões de libras esterlinas no orçamento do departamento de futebol.
Vale salientar que, pelas regras da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), não é permitido que a QSI tome posição majoritária no Tottenham, uma vez que o grupo já é proprietário do PSG.
Mas o fundo catari não visualiza oportunidades apenas na Europa: times na América do Sul também estão no radar em 2023.
Sobre essa linha de investimentos, Mansoor Al Mahmoud disse: “Essa é uma decisão dirigida por aspectos comerciais. O esporte está se tornando um tema muito importante; as pessoas estão se tornando mais engajadas e a digitalização está o tornando mais atrativo para investidores..
Dona do PSG enfrenta acusações de ‘sportswashing’
Com o aumento da influência da QIA/QSI no futebol europeu, tem crescido também críticas do uso de investimentos em esportes como forma de ‘mascarar’ o histórico do país no que concerne violações de direitos humanos.
As acusações se tornaram ainda mais fortes durante a Copa do Mundo de 2022, quando as autoridades do país proibiram que seleções entrassem em campo com braçadeiras de apoio à comunidade LGBTQIA+.
Na oportunidade, organizações ativistas da Europa também denunciaram o Catar pela morte de centenas de trabalhadores na preparação do evento esportivo.
A compra de 70% do PSG pela QSI, um ano após à escolha do Catar como país-sede, fez de Nasser Al-Khelaifi, presidente do fundo e do clube parisiense, uma figura relevante nos bastidores do futebol internacional, assumindo cargos de liderança na UEFA e na Associação de Clubes Europeus.