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Fundo BC Fund reúne diversificação e bons dividendos, mas alta vacância preocupa

05 abr 2021, 18:24 - atualizado em 06 abr 2021, 2:32
BC Fund - Fundos Imobiliários
Os analistas Ricardo França e Luiza Mussi, que assinam o documento, saíram da reunião com uma visão mista (Imagem: Multiplam/Divulgação)

A Ágora Investimentos se encontrou com os gestores do fundo imobiliário BC Fund (BRCR11) para falar sobre as perspectivas do ativo.

Os analistas Ricardo França e Luiza Mussi, que assinam o documento, saíram da reunião com uma visão mista.

Se por um lado o fundo reúne diversificação e bons dividendos por outro a alta desocupação dos imóveis provocada pela crise da Covid preocupa.

Atualmente, a vacância encontra-se em cerca de 19%.

“Essa vacância está parcialmente alinhada com a visão da gestão do fundo: o movimento de adoção de home office durante a pandemia já era algo esperado, porém a magnitude da duração foi uma surpresa negativa”, afirmam os analistas.

O BRCR11 atua no segmento de lajes corporativas, contando com 14 imóveis, sendo 4 localizados no Rio de Janeiro e 10 em São Paulo.

“Nos chama atenção o fato dos empreendimentos que possuem maior ABL (área bruta locável) dentro do fundo terem o maior percentual de vacância e as perspectivas para o CENESP não parecem promissoras a curto/médio prazo, dado que vemos espaços vagos em ativos de melhor qualidade”, destacam.

Além disso, na visão setorial do gestor, o home office veio para ficar, mas em um modelo hibrido, o que não deve impactar significativamente o mercado de ativos no médio/longo prazo, apontam.

“Como a gestão já esperava um movimento de maior vacância, foram adotadas medidas para fortalecimento dos contratos”, argumentam.

Reajustes

Os analistas pontuam que 75% do portfólio do fundo é exposto ao IGP-M, indexador que o mercado em geral não tem conseguido repassar aos inquilinos devido ao forte aumento.

“Dessa forma, o fundo conseguiu renovar cerca de 40% dos contratos pelo IGP-M e para os contratos onde o indexador não foi repassado, a gestora implementou algumas cláusulas adicionais, como aumento no tempo do contrato”, afirmam.

A dupla diz também que a gestão tem trabalhado de forma ativa para prospectar locatários, diminuindo os custos de locação e dando incentivo a corretores.

Por outro lado, eles ponderam que o fundo surpreendeu positivamente com o processo de escolha dos inquilinos

“O rito de locação nos parece bem extenso, e não são todos os inquilinos que são aceitos. A análise de crédito é bem criteriosa e como resultado, em 2020 e 2021 nenhuma inadimplência foi observada”, dizem.

Outros positivos são a baixa exposição ao mercado imobiliário do Rio de Janeiro e a maior parte de seus ativos ser nível AAA, “o que nos deixa mais confortáveis com o portfólio do BRCR11”, completam.

 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.