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Fundamentos da Apple justificam atual corrida de alta em suas ações

30 out 2019, 15:35 - atualizado em 30 out 2019, 15:40
As estimativas consensuais em Wall Street para entregas de iPhones no ano fiscal corrente da Apple aumentaram em 3 milhões de unidades (Imagem: Qilai Shen/Bloomberg)

Por Haris Anwar/Investing.com

A Apple Inc (AAPL) está no grupo bastante restrito de empresas de tecnologia que provaram que os analistas estavam errados neste ano. Graças às projeções de melhores vendas, suas ações dispararam até agora 50%, superando em muito outros grandes nomes, como Google (GOOGL)e Amazon (AMZN).

Mas esse forte rali, que começou em agosto, enfrentará seu primeiro grande teste hoje, quando a fabricante dos populares iPhones divulgar seus resultados para o quarto trimestre fiscal de 2019.

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A previsão consensual de receita mostra que a maioria dos analistas corrigiu rapidamente sua visão sobre a Apple (AAPL) que, por algum tempo, parecia enfrentar uma situação adversa, prejudicada pela maturação dos seus negócios de iPhones, enquanto os usuários mantinham seus aparelhos mais antigos e os modelos mais caros não conseguiam ganhar tração. Os iPhones respondem por 50% das vendas totais da companhia.

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Mudança de jogo com o iPhone 11

Mas o pessimismo com a Apple (AAPL) – baseado na crença de que a companhia está perdendo rapidamente participação de mercado – não parece verossímil após o sucesso do lançamento do iPhone 11 no mês passado.

As estimativas consensuais em Wall Street para entregas de iPhones no ano fiscal corrente da Apple aumentaram em 3 milhões de unidades, corroborando a forte recepção que os novos modelos receberam desde que começaram a ser vendidos no dia 20 de setembro, de acordo com a FactSet.

Além do iPhone, há outros fatores positivos que também ajudaram a eliminar parte da incerteza que rondava as ações da Apple (AAPL) no início deste ano.

A Apple tem uma enorme participação no país asiático, onde mantém uma vasta rede de fornecedores

Os EUA e a China, por exemplo, progrediram bastante na resolução da sua disputa comercial e devem assinar a primeira fase do seu pacto no mês que vem.

A Apple tem uma enorme participação no país asiático, onde mantém uma vasta rede de fornecedores. A companhia também vende um grande número de celulares a consumidores na China, nação mais populosa do mundo.

Outro catalisador que aumenta esse otimismo é o sucesso do CEO, Tim Cook, em gerar um volume considerável de receita a partir de outros produtos além dos iPhones.

As vendas do segmento de Wearables, Home e Accessories da Apple (AAPL) cresceu 48%, para mais de US$ 5,5 bilhões no segundo trimestre, mostrando que esses produtos estão rapidamente recuperando o espaço deixado pela desaceleração da demanda pelos iPhones.

Outro fator que aumentará a demanda por novos hardwares é a implementação dos telefones de quinta geração, ou 5G, da Apple (AAPL) em 2020. As estimativas de Wall Street para o impacto dos iPhones 5G na empresa são muito conservadoras, de acordo com Kyle McNealy, analista da Jefferies.

Impulsionadas por esse contexto favorável, os papéis da Apple (AAPL) atingiram a máxima histórica de US$ 249,05 na segunda-feira. Negociados a US$ 243,29 no fechamento de terça-feira, suas ações subiram mais de 70% desde a mínima de janeiro, fazendo com que a avaliação de mercado da companhia voltasse a superar um trilhão de dólares.

Conclusão

A recente disparada da Apple (AAPL) é consistente com a nossa visão altista para a ação e se baseia em melhorias concretas em seus fundamentos. Além disso, o enorme programa de recompra de ações da empresa e seus dividendos crescentes, que agora rendem 1,25%, fazem com que o papel seja mais atraente para investidores de longo prazo. O balanço de hoje pode muito bem solidificar esse rali.