Fundador do polêmico mercado ilegal Silk Road publica sugestões para o protocolo Maker

Ross Ulbricht, fundador do mercado ilegal Silk Road e que, atualmente, está cumprindo uma condenação perpétua dupla após ser condenado em 2015, publicou, nesta sexta-feira (26), um artigo sobre a Maker, protocolo de empréstimos do setor de finanças descentralizadas (DeFi).

Seus comentários foram em relação à situação problemática de dívidas que a Maker passou em março, quando o preço do ether (ETH) afundou e deixou um grande número de empréstimo abaixo de seu limite de garantias.

Isso resultou em uma onda de liquidações e no leilão de tokens de governança MKR para cobrir o prejuízo. Os problemas da MakerDAO foram consequência do acontecimento do amplo mercado conhecido como “Quinta-Feira Sombria”.

Leilões de tokens estão ajudando MakerDAO
a se recuperar de perdas recentes

Em uma publicação na plataforma Medium, Ulbricht chamou Maker de “um conceito interessante” e, em relação a março, disse: “acredito que posso contribuir com algumas ideias que ajudarão a evitar que esse tipo de crise aconteça novamente”.

Basicamente, a sugestão dele foca em um ponto único: fazer com que detentores da stablecoin DAI paguem os donos dos Vaults (componentes principais do protocolo que facilitam a geração de DAI contra garantias bloqueadas), que detêm ETH bloqueado para a criação dos tokens DAI.

Uma abordagem seria uma alteração em que a taxa de poupança do protocolo fosse configurada para zero e a taxa de estabilidade fosse reduzida para um número negativo.

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Segundo Ulbricht: “isso teria de ser feito para que DAI simplesmente desaparecesse em uma taxa de 1% ao ano, deixando essa quantia de garantias com bem menos restrições do que agora”.

Outra abordagem seria a configuração das próprias taxas por donos de Vaults, permitindo que compitam entre si:

Uma solução melhor seria criar um sistema em que donos de Vaults configurassem suas próprias taxas e competissem entre si pelos juros dos detentores de DAI, em que as menores taxas ganhariam.

Isso manteria um valor baixo para as taxas mas, quando houvesse uma grande escassez de garantias, as taxas aumentariam automaticamente devido aos acontecimentos de mercado, fazendo com que entrem mais garantias, desestimulando o acúmulo de DAI.

Isso seria exatamente o oposto do que vimos durante a crise em março.

Em sua conclusão, Ulbricht registrou sua preocupação de que a Maker “encontrará o tipo de crise que vimos em meados de março novamente se essas questões fundamentais não forem resolvidas”.

“A crise deve ser um sinal de alerta para reformulações necessárias ou o teste de novos protocolos. Eu espero que as ideias acima possam ajudar a direcionar essa reformulação na direção certa”, concluiu ele.

Há campanhas na internet pedindo pela liberdade de Ulbricht; na semana passada, surgiu um outdoor em plena Times Square com sua foto dele.