BusinessTimes

Fundador da Uniqlo quer que uma mulher assuma seu posto de CEO

04 set 2019, 12:57 - atualizado em 04 set 2019, 12:57
“É uma possibilidade”, disse Tadashi Yanai quando perguntado se Maki Akaida, indicada para comandar as operações da Uniqlo, seria uma sucessora em potencial (Imagem: Kentaro Takahashi/Bloomberg)

Tadashi Yanai, o bilionário de 70 anos fundador da Fast Retailing, disse que prefere ser sucedido por uma mulher, o que seria melhor para a maior varejista da Ásia.

“O trabalho é mais adequado para uma mulher”, disse Yanai, presidente da gigante de roupas Uniqlo, em entrevista. “Elas são perseverantes, detalhistas e têm senso estético.”

Devido à sua idade, Yanai é questionado com mais frequência sobre a sucessão na empresa, transformada por ele em marca global a partir da alfaiataria do pai. Uma possível sucessora seria Maki Akaida, que foi indicada este ano para comandar as operações da Uniqlo no Japão – a unidade mais rentável da empresa. Yanai disse que deseja aumentar a proporção de mulheres executivas para mais da metade do total. Atualmente, a Fast Retailing possui seis mulheres em tais funções, depois de atingir sua meta no ano passado de ter mais de 30% de mulheres em cargos de gerência.

O Japão tem sido criticado pela falta de diversidade de gênero em cargos de alta gerência; apenas 4,1% dos cargos executivos de empresas de capital aberto no país são ocupados por mulheres. A diferença é gritante em relação aos EUA, onde as mulheres representam cerca de 25% dos cargos executivos, de acordo com vários estudos.

“É uma possibilidade”, disse Yanai quando perguntado se Akaida seria uma sucessora em potencial. Akaida, 40 anos, entrou na empresa em 2001 e administrou as lojas da Uniqlo na China e no Japão, além de ter trabalhado nas divisões de vendas e recursos humanos.

Expansão no exterior

Qualquer sucessor de Yanai herdaria uma das marcas globais mais reconhecidas do Japão. A Fast Retailing enfrentou a crise no mercado doméstico com a expansão da Uniqlo no exterior. A receita cresceu de forma consistente, tendo ultrapassado 2 trilhões de ienes (US$ 18,9 bilhões) em 2018, principalmente com a abertura de lojas em outros países, como China e EUA.

Investidores estão atentos à diversidade de gênero em postos de gerência para avaliar suas participações. Isso é especialmente verdadeiro para empresas de consumo, onde pode ser importante ter executivos que tenham semelhanças com o perfil dos consumidores, disse Kathlyn Collins, analista do Matthews Asia, um fundo de São Francisco com cerca de US$ 30 bilhões sob gestão.

Demografia

“Esperamos que haja um número suficiente de pessoas da gerência que tenham algum tipo de experiência com essa demografia, que talvez estejam familiarizadas com as necessidades, vontades e desejos desse cliente”, disse Collins.

A região do Sudeste Asiático deve se tornar cada vez mais importante nos negócios da Fast Retailing, acrescentou Yanai. A empresa planeja investir US$ 1,8 milhão em uma parceria com a Organização Internacional do Trabalho para apoiar trabalhadores de fábricas na Indonésia. A OIT também realizará um estudo em outros países onde a Fast Retailing possui fábricas terceirizadas para explorar maneiras de melhorar a proteção social dos empregados no futuro.

Yanai disse que esses investimentos são uma maneira de ajudar a perseguir metas de negócios e contribuir para melhorar o mundo, já que a ascensão social em países em desenvolvimento provavelmente acabaria por ajudar os resultados da Fast Retailing.

“Se expandirmos em um local onde a renda não está crescendo, não podemos vender roupas”, afirmou o CEO.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.