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Fujitsu planeja reduzir espaço de escritórios no Japão em 50%

06 jul 2020, 9:56 - atualizado em 06 jul 2020, 9:56
Fujitsu
 Fujitsu disse que reduzirá seu espaço de escritórios no Japão em 50% nos próximos três anos (Image: Facebook/Fujitsu)

Enquanto grande parte do Japão ainda debate os prós e os contras do trabalho remoto, um dos maiores empregadores do país já tomou uma decisão – e isso pode ser um mau sinal para o setor de escritórios.

A Fujitsu disse que reduzirá seu espaço de escritórios no Japão em 50% nos próximos três anos, incentivando 80 mil funcionários de escritórios a trabalharem principalmente de casa, no que chamou de “mudança de vida no trabalho para o novo normal”.

“Vamos mudar o conceito convencional de trabalhadores que se deslocam para um escritório fixo e, por meio de alta autonomia e confiança mútua entre funcionários, entregaremos valor aos clientes”, afirmou a Fujitsu em comunicado.

O plano implica ajuda de 5 mil ienes (US$ 46) por mês para que trabalhadores configurem o ambiente do escritório em casa, em vez do auxílio para transporte em vigor, e transforma todos os escritórios existentes em mesas de trabalho temporárias, ou “hot desking”, uma abordagem que muitos escritórios atualmente desencorajam para impedir a propagação do coronavírus.

A Fujitsu é a 17º maior empregadora de capital aberto do Japão, segundo dados da Bloomberg, com quase 130 mil trabalhadores no total. Funcionários de fábricas não serão afetados pela mudança.

A Fujitsu também ganhou as manchetes recentemente por fabricar o supercomputador mais rápido do mundo, chamado Fugaku, que está sendo utilizado para ajudar a identificar possíveis tratamentos para a Covid-19 e antecipar o fluxo de gotículas carregadas de vírus.

Kota Ezawa, analista do Citigroup, elevou o preço-alvo para as ações da empresa em 28% na sexta-feira, dizendo que a Fujitsu provavelmente evitará uma “grave deterioração” dos próximos resultados.

Embora parte da iniciativa da Fujitsu possa ser motivada por preocupações de marketing – a empresa vende tecnologia que oferece suporte ao trabalho remoto -, a decisão não é bom sinal para o setor de escritórios do Japão em um mundo pós-Covid-19.

Muitas empresas de mentalidade tradicional têm pedido que funcionários retornem aos escritórios, mas enfrentam resistência da equipe.

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Kota Ezawa, analista do Citigroup, elevou o preço-alvo para as ações da empresa em 28% na sexta-feira (Imagem: Reuters/Mike Segar)

Pesquisa realizada em maio pelo Centro de Produtividade do Japão revelou que mais de 60% dos entrevistados queriam continuar trabalhando remotamente, mesmo após o controle da pandemia.

A Fujitsu é a segunda grande empresa nos últimos dias a ceder à tendência. A fabricante de salgadinhos Calbee introduziu um sistema para que seus 800 funcionários de escritórios trabalhem em casa em período integral, sem a obrigação de se deslocarem até a empresa. A Calbee espera que cerca de 30% da equipe vá ao escritório.

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