FTX vence leilão de ativos da falida Voyager Digital por mais de US$ 1 bilhão

A corretora cripto FTX venceu o leilão dos ativos da credora de criptomoedas Voyager Digital, com um lance de US$ 1,4 bilhão, informou a antiga dona dos ativos.

O lance feito pela FTX reflete os mais de US$ 1,3 bilhão em valor justo de mercado das criptomoedas armazenadas na plataforma da Voyager, embora o valor final do acordo será baseado em preços em uma data a ser determinada.

O lance também inclui “uma contraprestação estimada para fornecer, aproximadamente, US$ 111 milhões em valor incremental”, segundo uma declaração da Voyager.

O Comitê Oficial de Credores, que representa clientes e credores no processo de falência, “participou ativamente do leilão competitivo e apoia o lance vencedor da FTX.US”, consta no comunicado.

“A oferta da FTX.US maximiza o valor e minimiza a duração restante, ao fornecer um caminho claro para devedores para consumar o capítulo 11 [da lei de falências americana] e devolver o valor aos clientes e credores”, aponta o comunicado.

“A plataforma de negociação segura e líder do mercado da FTX.US permitirá que clientes negociem e armazenem criptomoedas após a conclusão dos casos do capítulo 11 da Voyager”.

O capítulo 11 da lei de falências americana equivale, no Brasil, ao processo de recuperação judicial de empresas.

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As reivindicações de Voyager Digital contra Three Arrows Capital (3AC), fundo de hedge de criptomoedas falido, continuam, e quaisquer fundos recuperados do empréstimo de US$ 673 milhões concedido a 3AC serão distribuídos aos credores.

O leilão dos ativos foi finalizado após um processo de quase duas semanas, em que FTX e Binance saíram na frente, com os lances mais altos.

Voyager Digital recebeu diversos lances na venda dos ativos e alternativas para reorganização e, com base nos resultados do leilão, a credora cripto concluiu que “FTX é a melhor alternativa para investidores da Voyager Digital”, afirmou a credora no comunicado.

Voyager Digital entrou com pedido de recuperação judicial em julho e, desde então, enfrenta as fases do processo de falência.

FTX na disputa há meses

Durante esse período, FTX e sua empresa-irmã, Alameda Research, discutiram com a credora, após terem tornado pública a oferta das duas empresas pela plataforma.

Voyager Digital afirmou que as empresas-irmãs não respeitaram o processo de oferta, que pede por confidencialidade, e buscou eliminar qualquer ideia de que a FTX estava à frente no processo.

O plano inicial da aquisição pela corretora cripto teria dado a clientes da Voyager Digital a oportunidade de abrir uma conta na FTX, que lhes daria um saldo inicial relacionado às reivindicações. Porém, os termos da oferta aceita recentemente ainda não são públicos.

Voyager Digital disse em uma declaração que informações adicionais sobre a previsão para acesso dos clientes a criptomoedas serão compartilhadas assim que possível.

A proposta da FTX está sujeita a processos de aprovação judicial, incluindo votação de credores. Uma audiência sobre o assunto deverá acontecer em 19 de outubro.

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