Pecuária de corte

Frigoríficos trouxeram mais boi para SP, mas habilitações socializaram embarques; MT destaca-se

18 jan 2021, 15:22 - atualizado em 18 jan 2021, 15:36
Carnes
Em décadas São Paulo seguiu na liderança entre os maiores exportadores de carne bovina (Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Os números referentes às exportações de carne bovina por unidades da federação apresentam duas fotografias em 2020.

São Paulo manteve-se na liderança, apesar de ter rebanho pequeno, o que mostra que ainda foi vantagem os frigoríficos comprarem boiada fora da fronteira. Ao mesmo tempo, outros estados cresceram, especialmente o Mato Grosso, o que reforça a maior socialização dos embarques que veio junto com novas habilitações de plantas.

O parque industrial paulista exportou 439.886 toneladas, 21,8% do total brasileiro. O Mato Grosso alcançou 407.676 toneladas, 21,09%, segundo dados da Secex.

Em 2013, a relação era de 30,08% para 17,6%, assinala a Abrafrigo, entidade notadamente dos médios e pequenos frigoríficos.

Cyro Penna Jr, presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC) viu vantagens para os frigoríficos comprarem boi em outros estados, mesmo que o diferencial de base – defasagem da cotação de outras praças para o mercado paulista, referência -, nunca tenha estado largo, que compensasse impostos (ICMS) e fretes.

Na StoneX, Caio Toledo, analista de Gerenciamento de Risco, concorda, lembrando que todos os players do mercado contam com várias plantas em São Paulo, além do principal terminal portuário, Santos. Para completar, é o maio estado consumidor.

“A logística favorável e custos ainda menores mantêm São Paulo também na vanguarda”, afirma Penna Jr, ex-presidente do Sindicato Rural do Vale do Rio Grande (Barretos).

A subida de escala do Mato Grosso vai alinhando o maior rebanho brasileiro com o aumento do número de unidades que foram autorizadas a exportar, especialmente para a China, desde 2019.

Nas demais posições, entre os 10 maiores exportadores estaduais, vêm Goiás, 14%; Minas, 9,4%, Mato Grosso do Sul, 9,4%; Rondônia, 9,3%; Pará, 5,3%; Rio Grande do Sul, 4,1%; Tocantins, 4,1%; e Paraná, 1,4%.

Este ano, além da ameaça do Mato Grosso nesse ranking liderado pelos CNPJs paulistas, Cyro Penna Jr. Adverte para o aumento do ICMS por parte do governador João Doria, com o “risco de exportarmos mais impostos”.