Frigoríficos podem se aproveitar de melhores preços no RS, vê Rabobank

Na avaliação do Rabobank, o forte volume de chuvas que atingiu o Rio Grande do Sul não resultou em impactos apenas “dentro da porteira”, com reflexos também para os frigoríficos.

Os principais efeitos negativos ficaram para os danos em armazéns de insumos, granjas, redes de distribuição de energia elétrica e água, assim como para as estradas, utilizadas no transporte de animais, de insumos e também de mão de obra.

“O cenário exigiu maior organização do setor produtivo para comprar de vizinhos alguns insumos, principalmente ração para não impactar na produção do frango e do suíno. Regiões não afetadas podem se aproveitar momentaneamente de preços maiores do frango vivo, mas isso não deve se prolongar muito tempo“, avalia Wagner Yanaguizawa, analista econômico de proteína animal do Rabobank.

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Por outro lado, Yanaguizawa ressalta que a forte concentração de frigoríficos no Rio Grande do Sul tem permitido o redirecionamento dos animais para outras plantas, com a realização dos abates sem grandes incrementos de custos. “Até a semana passada, cerca de quatro plantas estavam com as operações paralisadas ou parcialmente paralisadas no estado”, completa

Efeitos no abastecimento devem ser limitados

Caso não ocorra novas inundações, os impactos devem ser limitados em termos de abastecimento, segundo o analista do Rabobank.

“O ciclo de vida dos animais, principalmente os frangos, são curtos (cerca de 40 a 45 dias) e com isso o potencial para recomposição do plantel é mais rápido. O mesmo racional para os suínos, porém, com um período de tempo um pouco maior (ciclo de 120 a 140 dias)”, conclui.

O Rio Grande do Sul responde por 20% dos abates de suínos e 23% das exportações, enquanto que para carne de frango, o estado representa 11% dos abates e 14% das exportações em 2023.

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Os reflexos para os frigoríficos

Nesta semana, como você acompanhou por aqui, ouvimos o head de Research da Terra Investimentos, Régis Chinchila, os efeitos para BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3).

Enquanto a BRF e JBS tiveram de interromper suas operações nas unidades de Lajeado e Roca Sales, respectivamente, a Marfrig afirmou que as quatro unidades da empresa no estado não foram diretamente afetadas pelas inundações.