Frigoríficos podem aproveitar 2ª quinzena de baixa e pressionarem a entrada da safra
A disponibilidade mais enxuta de boi acabado não dura para sempre. Com exceção da ‘barrigada’ dos preços em dezembro, as expressivas altas até novembro e a retomada do mesmo viés agora em janeiro, podem ter dias contados. O produtor sabe disso e já olha o calendário.
A tendência traduzida pela consultoria Agrifatto é a maior oferta de animais das águas em fevereiro. Apesar de início de safra e dos estragos fortes nas pastagens depois de meses de seca e calor – e condições de chuvas erráticas em novembro e dezembro sobre regiões importantes -, vai ter boi.
Mesmo que pouco, ainda, concorda o analista Yago Travagini, os frigoríficos sabem disso, e tentarão usar a potencial queda nas compras na segunda quinzena deste mês, ocasionada pela tradicional sazonalidade de vendas mais fracas, para botarem pressão no mês dois. Até lá as compras atuais para tapar os buracos pelo consumo das festas terão findadas.
Mas um ponto de flexão importante que está no radar da Agrifatto é o teto que pode chegar até a virada do meio de janeiro. “Se romper os R$ 280 a @ (em São Paulo), acreditamos nos R$ 285”, diz.
A consultoria viu R$ 277 ontem, mais 2,70%; o Cepea/Esalq chegou aos R$ 278, mais 0,51%.
Chance de ficar mais próximo das máximas de novembro, de R$ 292 a R$ 300, quase nenhuma acrescenta Travagini.