Proteína animal: BofA vê bom ambiente para lucros de gigantes até 2025, mas recomenda apenas duas ações
O Bank of America atualizou suas estimativas e preço-alvos para os frigoríficos do Brasil em sua cobertura, após fortes resultados no terceiro trimestre de 2024 (3T24). A instituição recomenda compra para JBS (JBSS3) (top pick) e Marfrig (MRFG3), além de neutro para BRF (BRFS3).
Segundo o banco, as empresas apontaram tendências positivas no curto prazo e possivelmente para 2025, já que a demanda sólida por proteínas deve dar suporte aos preços. Os baixos custos de ração continuam sendo um vento favorável para o frango.
Todas as empresas mencionaram em suas teleconferências que a demanda por carnes bovina, de frango e suína é muito forte em todos os principais mercados. A Tyson Foods também divulgou um guidance sólido para 2025, segundo o banco.
“Este cenário tem dado suporte aos preços das proteínas. Os preços da carne bovina têm riscos de alta em preços mais altos de gado nos EUA e no Brasil, o que representa uma alta para as outras proteínas, dado um efeito de substituição. Por fim, os custos da ração continuam dando suporte às margens do frango para os frigoríficos”, apontam Isabella Simonato e Julia Zaniolo.
A visão do Bank of America para os frigoríficos
JBSS3
A JBS segue como a principal escolha do banco por uma combinação de diversificação, momentum e valuation, com um novo preço-alvo de R$ 50, valor que representa um potencial de alta de 43% até o final de 2025.
“A plataforma da JBS suporta um algoritmo de fluxo de caixa exclusivo, e estimamos um rendimento médio de FCF de 14% em 2024-26. Aumentamos nossas estimativas de Ebitda de 24 e 25 em 13% e 7%, respectivamente, e esperamos R$ 9,5 bilhões no quarto trimestre de 2024, em comparação com a faixa entre R$ 8,8 bilhões e R$ 9,9 bilhões implícita”, explicam.
As ações JBSS3 terminaram a sessão desta terça-feira (19) com baixa de 0,14%, a R$ 34,86. No ano, os papéis acumulam alta de 47,67%.
MRFG3
Na avaliação do BofA, os R$ 2,5 bilhões em dividendos anunciados não refletem o preços das ações.
“Também vemos uma desalavancagem gradual, apoiada pelo caixa das operações e distribuída pela BRF. Ajustamos nosso preço-alvo de R$ 21,50 para R$ 21, considerando o pagamento integral de dividendos, e com WACC caindo 100 bps para 15,6% em beta menor. reiteramos a compra”. O novo preço-alvo representa uma alta potencial de 25% para o papel.
MRFG3 subiu 1,67%, a R$ 17,04, nesta terça-feira (19). Os papéis avançam 75,67% no acumulado do ano.
BRFS3
O Bank of America aumentou seu preço-alvo de R$ 26,50 para R$ 28, à medida que o banco elevou a projeção do Ebitda de 24 e de 25 em 6% e 4%, para R$ 10,9 bilhões e R$ 9,2 bilhões, respectivamente.
“O momentum dos lucros é positivo e a alavancagem é baixa. A alocação de capital está assumindo um papel importante na tese. A administração está orientando para um aumento significativo no capex em 2025, focado em alimentos processados, o que pode adicionar risco à história, em nossa visão”, veem.
O banco mantém sua classificação neutra, por conta dos múltiplos no preço atual da ação.
Hoje (19), BRFS3 terminou a sessão com alta de 3.74%, a R$ 24,41. As ações da empresa saltam 76,76% desde janeiro.