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Frigoríficos dos EUA respondem a senadores sobre distanciamento

27 jul 2020, 13:50 - atualizado em 27 jul 2020, 13:50
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As cartas representam algumas das explicações mais extensas até o momento sobre como as produtoras de carne responderam à crise (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Como parte de uma investigação sobre o contágio de coronavírus em frigoríficos nos Estados Unidos, os senadores democratas Elizabeth Warren e Cory Booker divulgaram respostas de grandes produtoras, que defenderam suas operações durante a pandemia.

Os quatro maiores frigoríficos – Tyson Foods, JBS USA (JBSS3), Cargill e Smithfield Foods – destacaram medidas como jornadas alternadas e sistemas de higienização, mas deram respostas sem muitos detalhes sobre a implementação de distanciamento social nas áreas de produção das instalações, onde funcionários geralmente trabalham muito próximos.

As cartas representam algumas das explicações mais extensas até o momento sobre como as produtoras de carne responderam à crise.

As empresas não deram indicação de que os funcionários trabalhavam distanciados consistentemente nas linhas de produção.

A Cargill disse que aumentou a conscientização sobre a manutenção da distância, enquanto a Tyson afirmou que instalou divisórias nas linhas de produção onde “o distanciamento social não é possível”.

A JBS USA disse que aumentou o espaço para manter a distância nos refeitórios, mas não citou medidas de distanciamento para as linhas de produção.

A Smithfield deu uma resposta mais direta.

“Para melhor ou para pior, nossas instalações são o que são”, disse o CEO Ken Sullivan. “Quatro paredes, design de engenharia, uso eficiente do espaço, etc. Espalhar? OK. Onde? Dizer que é um desafio é um eufemismo”, afirmou em referência às medidas para manter a distância entre funcionários. O executivo destacou que a empresa instalou divisórias onde o distanciamento social era impossível.

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A JBS USA disse que aumentou o espaço para manter a distância nos refeitórios, mas não citou medidas de distanciamento para as linhas de produção (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Milhares de trabalhadores do setor de carne nos Estados Unidos se contagiaram com o coronavírus, e as infecções se espalharam rapidamente por frigoríficos apertados, com dezenas de mortes.

Embora as empresas tenham tomado medidas para proteger funcionários – inclusive com divisórias, distribuindo equipamentos de proteção e instalando estações de lavagem de mãos -, especialistas e analistas alertaram repetidamente que os trabalhadores permaneceriam vulneráveis sem aumentar a distância física nas linhas de produção.

Senadores criticaram as empresas por não permitirem adequadamente que os trabalhadores pudessem manter 1,5 metro de distância entre si e por vender carne de porco e bovina ao exterior para atender a pedidos de exportação durante o surto.

Nenhuma das empresas deu detalhes sobre o número de casos ou mortes em suas unidades.

“A pandemia do Covid-19 deixou dolorosamente claro que esses frigoríficos gigantes podem usar seu poder para explorar trabalhadores em busca de lucro”, disse Warren em comunicado.

“Também precisamos reformar massivamente nosso sistema de alimentos e agrícola fraturado para dar aos trabalhadores, agricultores e consumidores poder real de barganha.”

A JBS USA disse que manteve as operações apenas quando seguro e que foi a primeira no setor a fechar voluntariamente uma instalação para conter a expansão da coronavírus.

“À medida que os casos nos EUA continuam aumentando, fica claro que as intervenções que implementamos em todas as nossas instalações se tornarão nosso novo normal até que uma vacina ou medidas de controle mais eficazes sejam identificadas”, disse André Nogueira, CEO da JBS USA.

A JBS disse que contratou três epidemiologistas independentes para revisar suas medidas. Também instalou higienização do ar com germicida ultravioleta e tecnologia de plasma para neutralizar possíveis vírus em sistemas de ventilação dos frigoríficos.

As exportações da empresa representaram cerca de 12% da produção de carne bovina dos EUA e 28% da produção de carne suína no primeiro trimestre.

A JBS USA detinha participação de mercado inferior a 10% das exportações de carne suína para a China no período e esse número também permanece inferior a 10% ao longo do ano.

A JBS destacou em suas respostas que os produtos exportados são, em grande, parte compostos por itens que não são os preferidos por consumidores americanos, como pé de porco, fígado e produtos com osso.

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